31
Mar 11

publicado por flordocardo às 00:29
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Não te fies do tempo nem da eternidade

Não te fies do tempo nem da eternidade
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...

 
                                                      Cecília Meireles (Brasil, 1901-1964)
(do livro «Retrato Natural») 
 
publicado por flordocardo às 00:20
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30
Mar 11

publicado por flordocardo às 00:05
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29
Mar 11

 

*

 

«Um homem com fome não é um homem livre.»

                                                                    Robert Stevenson

publicado por flordocardo às 14:11
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27
Mar 11

 

*   *

 

Eis uma experiência empresarial de sucesso, tratada ontem pelo jornal I, com o seguinte título: «A crise não chegou à maior fábrica portuguesa de caixões».

O jornal adianta que a empresa se quer tornar na maior da Península Ibérica.

Já estou a ver o próximo governo (ou este ainda…) a ultimar facilidades fiscais para a empresa em questão.

Ele há cada notícia em tempo de crise…

publicado por flordocardo às 20:51

 

*   * 

 

Laranjas

 

São laranjas que trazem os navios.

Alinham-se no cais. Circulam na cidade

 

São esta cor das ruas e dos montes

Inundam a manhã de claridade

 

Ladeiam os caminhos

Como quem volta aos ramos

 

Em cada mão acendem a promessa

Tão viva que magoa nos sentidos

 

E túrgidas se mostram. Ardem. Pulsam.

No coração dos homens,

Redondas, como um gládio, amadurecem.

 

                                            Edgar Carneiro (1913-2011)

 

(do livro «Antologia Poética» - Espinho, Elefante Editores, 1998)

 

publicado por flordocardo às 02:13
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publicado por flordocardo às 02:02
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26
Mar 11
publicado por flordocardo às 23:24
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*  *

 

Queria dizer outras coisas

 

Morde-me os lábios um grito

e eu queria dizer outras coisas.

 

Sucede que as palavras não sossegam

- tormenta onde passa todo o mundo e ninguém

 

 

Queria dizer-te

queria dizer outras coisas

 

Queria ouvir-te

entre a noite que galopa para o grito do dia

 

Queria os lábios já soltos

para o sangue que há-de vir

 

Estou mais próximo do que queria dizer

(há um formigueiro nos meus dedos

não posso apanhar frio)

e queria dizer outras coisas

 

Queria dizer outras coisas

 

 

(Parede, 26.03.2011)

 

publicado por flordocardo às 03:43

25
Mar 11

 

*    *

 

SÓCRATES...

 

 

Mas não me parece que ele queira ir embora assim..., sem chatear mais. O que acham?

 

publicado por flordocardo às 23:24
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