04
Jun 12

 

publicado por flordocardo às 18:53
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*   *   *

 

TENHO A LÍNGUA ABERTA

 

 

Tenho a língua aberta pelo sangue das palavras

as raízes feridas ferozmente

 

O céu nublado torna a terra lívida

entre os ossos de uma viola indolente

 

Intensos são porém os ritmos internos

que convergem na boca duramente   

 

O sopro límpido que almejo irreprimível

está nessa língua aberta e ela sente

 

 

(Parede, 03.06.2012)

 

publicado por flordocardo às 03:23

 

 

*   *   *

 

DUPLA FACE

 

 

Há nos teus olhos uma sombra destemida

 

A evidência resulta indomável

Não recua perante o seu próprio abismo

move-se inquieta para o seu contrário

incendeia a mão e a palavra

salta ágil de fraga em fraga

tropeça levanta-se logo se levanta

recua respira recomeça agiganta-se

 

As cerejeiras estão carregadas de frutos

e eu diria que há nos teus olhos uma sombra

                                                    destemida

 

 

(Parede, 03.06.2012)

publicado por flordocardo às 00:00

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