30
Nov 13

 

*   *

 

 

Depois de um arremedo de privatização, no decurso do qual surgiu um concorrente russo, o governo Coelho/Portas e o seu ministro da Defesa, Aguiar Branco, optaram por conceder à empresa Martifer (cotada em Bolsa) uma subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENCV).

 

No âmbito desta decisão, a Martifer (empresa com dívidas estimadas acima dos 370 milhões de euros) despede os cerca de 610 trabalhadores da ENCV, comprometendo-se a admitir 400 desde que "venha a ter encomendas" para tanto, passando a pagar ao Estado 415 mil euros de renda por ano durante os 17 anos de vigência da subconcessão, ou seja, cerca 7 milhões e 55 mil euros, enquanto o Estado (nós!) fica com o encargo de indemnizar os trabalhadores despedidos através de um montante de aproximadamente 30 milhões de euros - ou seja, e em média, cerca de 49 mil euros de indemnização por trabalhador. O governo acrescenta que podem ainda vir a efectivar-se as reformas de mais de 200 dos actuais 610 trabalhadores da ENCV, pelo que, contas feitas, ninguém ficaria no desemprego...

 

Para Aguiar Branco e companhia estamos em presença de uma solução de "renascimento" dos ENCV, para já não falar do "patriotismo" da coisa, já que os ENCV ficam em mãos portuguesas...

 

Todavia, como é evidente para todo aquele e aquela que não se vendeu, nem de corpo nem de alma ao Capital, estamos em presença de um negócio entre canalhas e que de patriótico nada tem!

 

Os estaleiros em questão são actualmente os de maior capacidade instalada no país - um país cujos responsáveis políticos, ao mesmo tempo que fazem negócios deste calibre, tanto falam, há anos, da "economia do mar"... -, os únicos hoje com capacidade para construir e reparar navios de grande porte.

 

Canalhas são ainda os senhores instalados na Comissão Europeia em Bruxelas, os quais consideraram ilegais os apoios prestados pelo Estado português aos ENCV, depois de  mancomunados com os partidos do poder em Portugal terem há muito tratado de liquidar, entre outos sectores, o da indústria de construção e reparação naval nacional. O presente negócio visa culminar, de certo modo, essa política rapace e assassina.

 

Assim, esta situação prova de novo, à evidência, a urgência nacional, democrática e patriótica, de sairmos do euro e da UE - "união" dentro de cujo espartilho nada se pode de facto construir e desenvolver.

 

Canalhas são ainda os administradores "públicos" dos ENCV, que há meses e meses vêm fazendo o jogo do governo e exercendo uma gestão absolutamente danosa da empresa.

 

Para mim, o caso dos ENCV faz-me logo vir à mente o caso BPN, o caso das PPPs e o caso da TSU, entre outos. Mas torna-me também ainda mais convicto de que lutar é a única coisa que resta aos operários e demais trabalhadores dos ENCV, assim como à esmagadora maioria do nosso povo - esse que não se deixa facilmente endrominar pelas falas mansas do governo e seus tribunos.

 

Em plenário ontem realizado, os trabalhadores dos ENCV apelaram a que Viana do Castelo paralise no próximo dia 13 de Dezembro, em solidariedade com a luta que eles valentemente vêm travando. Direi mesmo que é o país que deve parar nesse dia!


Direi ainda que não basta pedir a demissão do ministro, pois o que se deve reclamar e exigir é a demissão do governo vende-pátrias Coelho/Portas!

 

Dia 13, todos a Viana!

 

FOTO: Egídio Santos
Foto: FOTO: Egídio Santos

 

publicado por flordocardo às 00:49

29
Nov 13

 


*   *


Novas análises feitas na quarta-feira (e lá se foi a Junta Médica); renograma marcado para dia 3 de Dezembro; ressonância magnética agendada para 13 de Dezembro.


Uff, que isto satura!


Pior que isto só o famoso triângulo das Bermudas - Cavaco/Coelho/Portas.


publicado por flordocardo às 00:16
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28
Nov 13

 

 

*   *   *

 

CLICHÉ

 

 

Incluo-me entre as vontades dolorosas

aquelas que decidem sobre o lume

aquelas que deslizam hesitantes

na vaga sensação de tanto estrume.

 

Em volta do seu pulso mole e débil

por dentro do seu óleo morno e roxo

para além deste limite rombo e ferido

debaixo de um telhado falso ou frouxo.

 

Sem nada. Sem firmeza, sem sentido,

sem gravata, sem vestido,

sem um ponto qualquer de referência.

 

Incapaz de ser outro mais fremente

como um cavalo opresso ou mastro fino

passeando ao escuro a indigência.

 

 

                                               João Rui de Sousa (n. 1928)

 

(do livro «A Habitação dos Dias» - 1962)


publicado por flordocardo às 23:20
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26
Nov 13

 


*   *   *

 

PORTUGAL

 

 

1.

 

Não

isto não é uma casa

 

É tão só a fácil acessibilidade ao lixo

à ignorância

ao esbulho

 

2.

 

A realidade queima

 

Aprende a preservar tua angústia

pois ela mantém viva e sagaz a tua sede


 

(Parede, 26.11.2013)


publicado por flordocardo às 19:07

25
Nov 13

 

 

*   *   *

 

Fazer bem a vilão ruim é lançar água em cesto roto.


(Aplica-se, no mínimo, a Cavaco e ao Coelho...)


publicado por flordocardo às 18:58

23
Nov 13

 

 

*   *   *

 

«Aproveitar um bom conselho requer mais sabedoria do que dá-lo.»


John Collins

publicado por flordocardo às 21:02
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*  *  *

 

Soneto


Não pode Amor por mais que as falas mude 
exprimir quanto pesa ou quanto mede. 
Se acaso a comoção falar concede 
é tão mesquinho o tom que o desilude. 

Busca no rosto a cor que mais o ajude, 
magoado parecer aos olhos pede, 
pois quando a fala a tudo o mais excede 
não pode ser Amor com tal virtude. 

Também eu das palavras me arreceio, 
também sofro do mal sem saber onde 
busque a expressão maior do meu anseio. 

E acaso perde, o Amor que a fala esconde, 
em verdade, em beleza, em doce enleio? 
Olha bem os meus olhos, e responde. 



                               António Gedeão (1906-1997)


(in «Poesias Completas»)

publicado por flordocardo às 01:04
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20
Nov 13

 

*   *   *

 

Hoje é dia de TAC - pélvico, abdominal e toráxico.

Uma seca...

publicado por flordocardo às 13:38
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19
Nov 13

 

*

(Extraído do blogue Cidadania Lx)

18/11/2013


Está aberta a época das plantações!


Se conhece locais com caldeiras vazias, ou com árvores mortas, alerte a CML e solicite que se plantem as árvores em falta. Participe activamente ajudando a arborizar os arruamentos e jardins da nossa cidade. Não se esqueça que Lisboa ainda é uma das capitais da Europa com menos espaços verdes/árvores por habitante. FOTO: caldeira vazia, e tapada com cimento, na Calçada do Duque.
publicado por flordocardo às 03:31

 


 *   *   *

 Limito-me a transcrever...


Defender a "renegociação da dívida"

é fazer o jogo do governo e da tróica

 

www.lutapopularonline.org - Publicado em 18.11.2013

 

Em conferência de imprensa realizada há dias no parlamento sobre o Orçamento de Estado para 2014, o deputado do PCP Paulo Sá, referindo-se a uma proposta do seu partido de incluir na lei do orçamento o princípio de limitar o montante de juros a pagar respeitantes à dívida pública a 2,5% do valor das exportações, e à consequente necessidade de renegociar a dívida com os credores, afirmou a dado passo o seguinte:

 

Tal limitação, correspondente em 2014 a 1.660 milhões de euros, assegura que o país paga a dívida pública sem empobrecer, à medida das suas reais possibilidades”.

 

Temos assim que, do montante exorbitante de 7.239 milhões de euros de juros da dívida previstos no OGE para 2014, o PCP propõe que se pague ordeiramente 5.579 milhões de euros e que se renegoceie o pagamento do restante, sempre dentro do princípio de que os compromissos da dívida são para cumprir.

 

Para além de representar uma lamentável subserviência perante a agiotagem da banca, esta posição do deputado do PCP escamoteia o facto de a dívida pública ser o principal instrumento de que dispõe o grande capital financeiro e o imperialismo internacional para empobrecer o povo e de que não há forma de romper com esta situação a não ser quebrando e deitando pela borda fora esse instrumento. Pagar a dívida e pôr fim ao processo de empobrecimento do povo é uma contradição nos termos e defendê-lo, como faz o PCP, significa iludir o povo e perpetuar o actual estado de coisas.

 

Com efeito, a renegociação do pagamento da dívida “nos juros, prazos e montantes”, como diz o PCP (e repete, exactamente com as mesmas palavras, o BE), é algo que serve os credores e o grande capital e, mais tarde ou mais cedo, irá acontecer pela mão dos lacaios destes que estão no governo, pelo simples facto de a actual dívida pública ser impagável. Depois de tal renegociação, todos os mecanismos de saque dos recursos do país e dos rendimentos do povo trabalhador que a mesma se destina a assegurar continuarão de pé e serão reforçados, designadamente por via do alargamento dos prazos para o seu pagamento e do prolongamento e agravamento das ditas medidas de austeridade que virão associados.

 

Bem pode o deputado do PCP dizer, como disse, que na mencionada renegociação se deve exigir a redução das taxas de juro e dos montantes da dívida, que tal não passa de um voto piedoso sem consequências. Primeiro, porque um alargamento dos prazos de pagamento da dívida já implica normalmente uma redução dos juros, sempre com vantagem para os credores. Segundo, porque a redução do montante da dívida, ou corresponde a um perdão parcial que é do interesse dos credores e reforça a sua posição, como sucedeu com a Grécia em 2011, ou terá de implicar a rejeição do pagamento desse montante, posição que o PCP se recusa a assumir. Na verdade, não há forma de impor à banca o não pagamento de uma parte da dívida fora de uma firme posição de princípio de repúdio de toda a dívida.

 

Quase na mesma altura em que o PCP realizava a sua conferência de imprensa no parlamento em defesa da renegociação da dívida, um antigo ministro da Economia do PS, Daniel Bessa, propugnava também, num congresso de economistas, que é urgente renegociar a dívida pública já que a mesma, tal como está, não pode ser paga. Defensor incondicional do grande capital financeiro, o Bessa disse aquilo que todos os que se encontram do seu lado da barricada sabem ser inevitável. É claro que a nova medida terrorista que ele sugeriu como gesto de vassalagem perante os imperialistas alemães a quem eventualmente será apresentada a proposta de renegociação – o lançamento de um “imposto pesado” sobre todos os depósitos bancários, sem excepção, o que atingirá sobretudo os pequenos depositantes, que são os que não conseguem retirar o seu dinheiro dos bancos – não é proposto por outros defensores da mesma, como é o caso do PCP ou do BE. Mas a verdade é que na “noite” da dita renegociação todos os gatos são pardos e o resultado da mesma traduzir-se-á sempre num reforço da exploração e do massacre sobre o povo trabalhador.

 

A pedra-de-toque que permite delimitar os campos na actual luta pelo derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas e pela expulsão da tróica germano-imperialista é a posição face à dívida pública. “Não pagamos!” é a palavra-de-ordem central que tem de unir as amplas massas trabalhadoras e todos os sectores, partidos, movimentos e personalidades democráticos e patrióticos. A anulação ou, pelo menos e em termos imediatos, a suspensão do pagamento da dívida é a posição de princípio com base na qual se terá de constituir uma alternativa ao governo fascista de traição nacional PSD/CDS.


publicado por flordocardo às 03:18

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