24
Mar 14

 

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publicado por flordocardo às 17:23

01
Fev 14

 

 

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Parecendo definitivamente afastada, por evidente conveniência das partes, a possibilidade de em Maio próximo o país recorrer a um «segundo resgate», vem dominando o debate político a questão de saber se Portugal, através do governo PSD/CDS-PP (e com a óbvia e prévia concordância da tróica) irá optar na altura por um «programa cautelar» ou por um «regresso livre (livre?!...) aos mercados» como fez a Irlanda.

 

Neste contexto, a chamada comunicação social, contagiada pelo abstruso linguajar governamental, passou a designar a opção pelo «programa cautelar» como «saída suja» (já que «saída sujíssima» seria por certo o tal segundo resgate...) e por «saída limpa» a escolha da outra hipótese. 

 

As duas possibilidades assim colocadas em aberto vão, consoante os casos, ganhando opositores e adeptos dentro dos vários partidos e correntes de opinião, originando discussões que atordoam e adormecem mesmo o cidadão mais atento e interessado em encontrar respostas para a medonha crise que o país atravessa. Uma coisa, porém, é certa: as opções apresentadas e os argumentos expendidos visam somente escamotear que em Maio próximo (e para não dizer já!) há uma terceira hipótese, a hipótese de uma verdadeira saída do garrote em que o PS, o PSD, o CDS-PP, Cavaco e a tróica colocaram Portugal através do famigerado «Memorando de Entendimento».

 

Dando de barato que ninguém sabe em que podia efectivamente consistir um «segundo resgate» nem uma «saída suja», deve ser dito que uma «saída limpa» continua a ter muito que se lhe diga... Desde logo é imperioso não esquecer que estamos obrigados a atingir um défice que não pode ultrapassar os 0,5 por cento do PIB (défice que está agora acima dos 5 por cento). Ou, colocadas as coisas de outra maneira, isto quer dizer que qualquer das saídas que a burguesia e seus ideólogos nos apresenta como exclusivas e inevitáveis irá continuar por anos e anos a fio a determinar desemprego, diminuição dos salários, perda de direitos básicos e pobreza crescente. É por isso que quando meia-dúzia de patêgos nos aparecem a dizer que findo o «ajustamento» nos veremos livres da tróica e recuperaremos soberania é nosso dever espetar-lhes duas lambadas (pelo menos) nas respectivas faces, já que eles o que realmente nos estão a prometer, isso sim, é a prossecução  servil dos ditames do capital e, muito em particular, do capital alemão, no nosso país.

 

Ademais, talvez seja importante salientar também que a dívida pública está hoje nos 128 por cento do PIB, quando na altura da assinatura do «Memorando» estava em pouco mais de 90 por cento do mesmo PIB. Ora é inquestionável que os nossos credores e seus lacaios continuam a querer que paguemos tal dívida, independentemente da opção que venha a ser escolhida até ao próximo mês de Maio.

 

Posto isto, qual é então a saída real que se nos apresenta na actual situação e que se encontra afastada das "democráticas" discussões de "entendidos" sobre esta matéria?

 

A saída passa por sair do «Memorando» ou, dito de modo mais correcto e preciso, por NÃO PAGAR A DÍVIDA, SAIR DO EURO E RESTITUIR AOS TRABALHADORES TUDO AQUILO QUE LHES FOI ROUBADO!

 

Mais do que um programa, esta solução constitui uma linha política de orientação fundamental para unir todos os trabalhadores portugueses e todos os democratas e patriotas que se prezem de o ser. Só partindo destas premissas é que será possível erguer um forte e imparável movimento político e social capaz de cumprir essa tarefa urgente que é derrubar o governo Coelho/Portas e, consequentemente, vir a formar um governo democrático patriótico que disponha de um programa que possa erguer o país da agonia do desemprego, da fome, da miséria e da subserviência ao imperialismo "redentor" da União Europeia - ou seja, da Alemanha.

 

Será que a dita «esquerda» em Portugal compreende e aceita esta saída - fácil de entender por qualquer operário consciente -, ou será que a mesma anda entretida em discussões fúteis e, sobremaneira, a tentar juntar "soldados" e votos para "convergir", sem contudo ter qualquer linha política de futuro verdadeiramente digna desse nome?  Até mais ver parece-me que a segunda hipótese é a verdadeira; mas está, a meu ver, invariavelmente condenada ao fracasso.

 

publicado por flordocardo às 02:53

17
Dez 13

 

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Andam os "nossos" governantes a falar de «milagre económico» cá pelo burgo e eis que se vem a saber que a economia da Islândia cresceu 6,1 por cento no 3º. trimestre deste ano. Porra!

E depois continuam a falar-nos da necessidade de pagarmos a dívida, que devemos permanecer no euro, que a soberania tem que ser partilhada, etc...

Pois... Para esta canalha a democracia tem é que ser cada vez mais «musculada»; e isso da independência nacional é coisa do passado. Logo, se queremos ser modernos, temos que aguentar...

Os islandeses, tendo feito as coisas ao contrário, esses são um bando de retrógados - não acham?

publicado por flordocardo às 02:09

08
Dez 13

 

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Enquanto centenas e centenas de cidadãos se manifestavam ontem em Viana do Castelo em solidariedade com os trabalhadores dos ENCV, gente proveniente dos mais diversos quadrantes políticos e entre a qual, nomeadamente, se encontrava o aniversariante Soares, eis que Seguro (o Tó Zé) deambulava por Idanha-a-Nova, experimentando um veículo eléctrico e apelando ao governo para não se esquecer de investir no Interior do país...


A ideia teria eventualmente algo de positivo, apesar de já repetida pelo PS há meses atrás, não fosse o despropósito da coisa, é claro. Inapelavelmente, ninguém ligou peva ao Tó Zé.

O Tó Zé tem medo das multidões. O Tó Zé tem medo, antes de tudo, dos operários. O Tó Zé não percebe nem nunca irá perceber que o seu faro político é de uma pobreza abaixo de zero. O Tó Zé não percebe nem nunca irá perceber da necessidade urgente - urgentíssima! -, de criar, sustentar e desenvolver uma ampla frente democrática patriótica capaz de derrubar quanto antes o governo PSD/CDS e de colocar o nosso país no rumo do desenvolvimento e do progresso. O Tó Zé só espera que o poder lhe caia no regaço para, quanto à essência, fazer então tudo igual ao que tem feito a quadrilha governamental.

O Tó Zé, o "Grande" Tó Zé, é um descomunal zero à esquerda!


Foto: Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo estão em Vigília na praça da República em Viana do Castelo...luta dura mas os trabalhadores não vergam...transformemos esta vigília no combate sem tréguas pelo derrube deste governo vende-pátrias."Uma coisa tem de ser definitivamente assumida e colocada sem ambiguidades: de nada vale negociar com patifes e corruptos que só se preocupam em levar até às últimas consequências e sem quaisquer rebuços a venda do país e alimentam um completo desprezo e ódio de classe aos trabalhadores e aos democratas e patriotas. Só varrendo com este governo de traidores e unindo todas as forças para a formação de um governo democrático e patriótico é possível parar a tempo esta ofensiva da contra-revolução.Todos à manifestação de 13 de Dezembro. Derrubemos o governo vende-pátrias, por um governo democrático patriótico!" (in http://lutapopularonline.org/)

publicado por flordocardo às 20:40

07
Dez 13

 

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(imagem do jornal Público)
Tabela de populações em risco de pobreza ou exclusão social na Europa, segundo dados do Eurostat.
Em Portugal são agora 2,7 milhões de pessoas. 

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«Há dias em que até o cronista mais cínico se reconcilia com o mundo. O mundo é o mesmo, as pessoas são as mesmas, a existência não deixou de ser a tragédia absurda de sempre. Porém, de súbito, no meio do Inverno, o Sol rompe gloriosamente entre as ramagens descarnadas das árvores, o céu é alto e limpo, a luz quase magoa, de tão branca, e então, insensatamente, tudo, mundo e existência, parece fazer sentido.
Talvez, quem sabe?, o coração precise de mais um pretexto para repousar por um momento da desesperança e os olhos para se abrirem para o calor das coisas e para a alegria. Mas em dias assim dir-se-ia que tudo se conjuga numa imensa conspiração contra o cepticismo.»
Manuel António Pina (in «Por outras palavras»)
publicado por flordocardo às 18:15

 

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Nelson Mandela: 1918-2013


Morreu ontem um homem de princípios.

publicado por flordocardo às 01:59

30
Nov 13

 

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Depois de um arremedo de privatização, no decurso do qual surgiu um concorrente russo, o governo Coelho/Portas e o seu ministro da Defesa, Aguiar Branco, optaram por conceder à empresa Martifer (cotada em Bolsa) uma subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENCV).

 

No âmbito desta decisão, a Martifer (empresa com dívidas estimadas acima dos 370 milhões de euros) despede os cerca de 610 trabalhadores da ENCV, comprometendo-se a admitir 400 desde que "venha a ter encomendas" para tanto, passando a pagar ao Estado 415 mil euros de renda por ano durante os 17 anos de vigência da subconcessão, ou seja, cerca 7 milhões e 55 mil euros, enquanto o Estado (nós!) fica com o encargo de indemnizar os trabalhadores despedidos através de um montante de aproximadamente 30 milhões de euros - ou seja, e em média, cerca de 49 mil euros de indemnização por trabalhador. O governo acrescenta que podem ainda vir a efectivar-se as reformas de mais de 200 dos actuais 610 trabalhadores da ENCV, pelo que, contas feitas, ninguém ficaria no desemprego...

 

Para Aguiar Branco e companhia estamos em presença de uma solução de "renascimento" dos ENCV, para já não falar do "patriotismo" da coisa, já que os ENCV ficam em mãos portuguesas...

 

Todavia, como é evidente para todo aquele e aquela que não se vendeu, nem de corpo nem de alma ao Capital, estamos em presença de um negócio entre canalhas e que de patriótico nada tem!

 

Os estaleiros em questão são actualmente os de maior capacidade instalada no país - um país cujos responsáveis políticos, ao mesmo tempo que fazem negócios deste calibre, tanto falam, há anos, da "economia do mar"... -, os únicos hoje com capacidade para construir e reparar navios de grande porte.

 

Canalhas são ainda os senhores instalados na Comissão Europeia em Bruxelas, os quais consideraram ilegais os apoios prestados pelo Estado português aos ENCV, depois de  mancomunados com os partidos do poder em Portugal terem há muito tratado de liquidar, entre outos sectores, o da indústria de construção e reparação naval nacional. O presente negócio visa culminar, de certo modo, essa política rapace e assassina.

 

Assim, esta situação prova de novo, à evidência, a urgência nacional, democrática e patriótica, de sairmos do euro e da UE - "união" dentro de cujo espartilho nada se pode de facto construir e desenvolver.

 

Canalhas são ainda os administradores "públicos" dos ENCV, que há meses e meses vêm fazendo o jogo do governo e exercendo uma gestão absolutamente danosa da empresa.

 

Para mim, o caso dos ENCV faz-me logo vir à mente o caso BPN, o caso das PPPs e o caso da TSU, entre outos. Mas torna-me também ainda mais convicto de que lutar é a única coisa que resta aos operários e demais trabalhadores dos ENCV, assim como à esmagadora maioria do nosso povo - esse que não se deixa facilmente endrominar pelas falas mansas do governo e seus tribunos.

 

Em plenário ontem realizado, os trabalhadores dos ENCV apelaram a que Viana do Castelo paralise no próximo dia 13 de Dezembro, em solidariedade com a luta que eles valentemente vêm travando. Direi mesmo que é o país que deve parar nesse dia!


Direi ainda que não basta pedir a demissão do ministro, pois o que se deve reclamar e exigir é a demissão do governo vende-pátrias Coelho/Portas!

 

Dia 13, todos a Viana!

 

FOTO: Egídio Santos
Foto: FOTO: Egídio Santos

 

publicado por flordocardo às 00:49

19
Nov 13

 

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(Extraído do blogue Cidadania Lx)

18/11/2013


Está aberta a época das plantações!


Se conhece locais com caldeiras vazias, ou com árvores mortas, alerte a CML e solicite que se plantem as árvores em falta. Participe activamente ajudando a arborizar os arruamentos e jardins da nossa cidade. Não se esqueça que Lisboa ainda é uma das capitais da Europa com menos espaços verdes/árvores por habitante. FOTO: caldeira vazia, e tapada com cimento, na Calçada do Duque.
publicado por flordocardo às 03:31

 


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 Limito-me a transcrever...


Defender a "renegociação da dívida"

é fazer o jogo do governo e da tróica

 

www.lutapopularonline.org - Publicado em 18.11.2013

 

Em conferência de imprensa realizada há dias no parlamento sobre o Orçamento de Estado para 2014, o deputado do PCP Paulo Sá, referindo-se a uma proposta do seu partido de incluir na lei do orçamento o princípio de limitar o montante de juros a pagar respeitantes à dívida pública a 2,5% do valor das exportações, e à consequente necessidade de renegociar a dívida com os credores, afirmou a dado passo o seguinte:

 

Tal limitação, correspondente em 2014 a 1.660 milhões de euros, assegura que o país paga a dívida pública sem empobrecer, à medida das suas reais possibilidades”.

 

Temos assim que, do montante exorbitante de 7.239 milhões de euros de juros da dívida previstos no OGE para 2014, o PCP propõe que se pague ordeiramente 5.579 milhões de euros e que se renegoceie o pagamento do restante, sempre dentro do princípio de que os compromissos da dívida são para cumprir.

 

Para além de representar uma lamentável subserviência perante a agiotagem da banca, esta posição do deputado do PCP escamoteia o facto de a dívida pública ser o principal instrumento de que dispõe o grande capital financeiro e o imperialismo internacional para empobrecer o povo e de que não há forma de romper com esta situação a não ser quebrando e deitando pela borda fora esse instrumento. Pagar a dívida e pôr fim ao processo de empobrecimento do povo é uma contradição nos termos e defendê-lo, como faz o PCP, significa iludir o povo e perpetuar o actual estado de coisas.

 

Com efeito, a renegociação do pagamento da dívida “nos juros, prazos e montantes”, como diz o PCP (e repete, exactamente com as mesmas palavras, o BE), é algo que serve os credores e o grande capital e, mais tarde ou mais cedo, irá acontecer pela mão dos lacaios destes que estão no governo, pelo simples facto de a actual dívida pública ser impagável. Depois de tal renegociação, todos os mecanismos de saque dos recursos do país e dos rendimentos do povo trabalhador que a mesma se destina a assegurar continuarão de pé e serão reforçados, designadamente por via do alargamento dos prazos para o seu pagamento e do prolongamento e agravamento das ditas medidas de austeridade que virão associados.

 

Bem pode o deputado do PCP dizer, como disse, que na mencionada renegociação se deve exigir a redução das taxas de juro e dos montantes da dívida, que tal não passa de um voto piedoso sem consequências. Primeiro, porque um alargamento dos prazos de pagamento da dívida já implica normalmente uma redução dos juros, sempre com vantagem para os credores. Segundo, porque a redução do montante da dívida, ou corresponde a um perdão parcial que é do interesse dos credores e reforça a sua posição, como sucedeu com a Grécia em 2011, ou terá de implicar a rejeição do pagamento desse montante, posição que o PCP se recusa a assumir. Na verdade, não há forma de impor à banca o não pagamento de uma parte da dívida fora de uma firme posição de princípio de repúdio de toda a dívida.

 

Quase na mesma altura em que o PCP realizava a sua conferência de imprensa no parlamento em defesa da renegociação da dívida, um antigo ministro da Economia do PS, Daniel Bessa, propugnava também, num congresso de economistas, que é urgente renegociar a dívida pública já que a mesma, tal como está, não pode ser paga. Defensor incondicional do grande capital financeiro, o Bessa disse aquilo que todos os que se encontram do seu lado da barricada sabem ser inevitável. É claro que a nova medida terrorista que ele sugeriu como gesto de vassalagem perante os imperialistas alemães a quem eventualmente será apresentada a proposta de renegociação – o lançamento de um “imposto pesado” sobre todos os depósitos bancários, sem excepção, o que atingirá sobretudo os pequenos depositantes, que são os que não conseguem retirar o seu dinheiro dos bancos – não é proposto por outros defensores da mesma, como é o caso do PCP ou do BE. Mas a verdade é que na “noite” da dita renegociação todos os gatos são pardos e o resultado da mesma traduzir-se-á sempre num reforço da exploração e do massacre sobre o povo trabalhador.

 

A pedra-de-toque que permite delimitar os campos na actual luta pelo derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas e pela expulsão da tróica germano-imperialista é a posição face à dívida pública. “Não pagamos!” é a palavra-de-ordem central que tem de unir as amplas massas trabalhadoras e todos os sectores, partidos, movimentos e personalidades democráticos e patrióticos. A anulação ou, pelo menos e em termos imediatos, a suspensão do pagamento da dívida é a posição de princípio com base na qual se terá de constituir uma alternativa ao governo fascista de traição nacional PSD/CDS.


publicado por flordocardo às 03:18

17
Nov 13

 

 

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O ex-bloquista e deputado europeu Rui Tavares apresentou ontem, no S. Luiz, perante cerca de 200 pessoas, os seus pontos de vista para a criação de um novo partido - que se pode vir a designar por “LIVRE - Liberdade, Esquerda, Europa e Ecologia”.
E o que revelou Tavares, em síntese?


a) «O nosso lugar é no meio da esquerda.»
b) «Sinto-me bem com muita gente do PS e do BE, da ala mais moderada do BE e da ala mais à esquerda do PS.»


Portanto, estar «no meio da esquerda» é estar entre a «ala mais moderada do BE» e a «ala mais à esquerda do PS».
Em matéria de "ESQUERDA" estou perfeitissimamente esclarecido! 
O homem está CENTRADO e não lhe vão faltar desiludidos nem apoios!!!

Conclusão: já percebi do que é que o LIVRE é livre.


publicado por flordocardo às 02:23

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