Estou a ficar... grego-dependente? Talvez, mas não só…
Com maior calma e atenção, voltei a pegar na edição portuguesa do «Le Monde Diplomatique», de Março último, e eis que leio a páginas tantas:
«Em 2008, os profissionais liberais (médicos, advogados, arquitectos) declararam um rendimento de 10 493 euros, os homens de negócios e os comerciantes de 13 236 em média, enquanto o rendimento dos assalariados e dos aposentados ascendeu a 16 123 euros. Para o fisco, os mais ricos são os operários, os empregados e os reformados.»
Isto, meus caros amigos, não vos faz lembrar nada?
Mais adiante:
«Os rendimentos resultantes do trabalho ilegal ou ‘informal’, contribuem em tempo de crise para amortecer as consequências sociais e até para estabilizar a conjuntura. Mais ainda, atrasar a idade de aposentação faz com que muitos empregos continuem ocupados por mais tempo, o que reduz tanto mais as hipóteses de a jovem geração lhes aceder.»
Isto não vos lembrar nada?
E a seguir:
«(…) desde a adesão em 1981, o país recebeu mais de 100 mil milhões de dólares de fundos comunitários. Para onde foi este dinheiro? Uma grande parte serviu para infra-estruturas, graças às quais o Estado conseguiu, em larga medida, agradar aos contribuintes - a começar pelos mais ricos. Aplicou-lhes uma taxa de imposto que era das mais baixas da União antes do alargamento. Uma outra parte desses fundos, relevante mas difícil de quantificar, foi parar a contas privadas.»
Isto também não vos faz lembrar nada?
A mim parece-me que já vi (e ainda vejo!) este “filme” por cá.