Agora que os chispes foram à vida no Parlamento… Bolas!
Agora que os chips foram à vida no Parlamento, falemos do ensino do Português – que foi para isso que coloquei aqui o post antecedente.
De facto, aquele constituiu um mero pretexto (como às vezes costumo fazer) para vos falar de um pertinente livrinho que acabo de comprar. Chama-se «O Ensino do Português» e é da autoria de Maria do Carmo Vieira. Pode ser encontrado aí pelos quiosques e até em supermercados, pela módica quantia de 3,15 euros, se a memória não me falha. É muito interessante, mesmo muito interessante.
Porque desmistifica e critica uma série se conceitos “modernos” e “inovadores” sobre o ensino do Português nas nossas escolas, dando-nos excelentes exemplos e didácticas citações de diversos autores vivos ou já desaparecidos sobre o assunto.
Sem prejuízo de voltar a este livro - que ainda estou a ler -, deixo-vos aqui duas pequenas passagens do mesmo.
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O que falha, com efeito, na escola actual, que aceita directa ou indirectamente a demissão dos pais do seu papel educativo, é a sua pretensão de levar para a sala de aula o «mundo real», querendo evidenciar-se como sendo a própria vida, em aparente sintonia com os interesses dos alunos, desresponsabilizados da necessidade vital de estudar. Em suma, a escola, como salienta Daniéle Sallenave, já não prepara para a vida, antes espelha um mundo pretensamente real que não é senão uma caricatura de mundo.
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Essa alegria de uma partilha solidária expressa-a convictamente Séneca numa das suas cartas a Lucílio:
Se a sabedoria só me for concedida na condição de a guardar para mim, sem a compartilhar, então rejeitá-la-ei: nenhum bem há cuja posse não partilhada dê satisfação. (…) cada um de nós ao ser útil aos outros é útil a si mesmo.
Continuem por aí (e comprem este livro - que debruçando-se sobre o ensino do Português, também nos transmite algo mais: saber e princípios).