O anúncio público é recente: o Ministro das Finanças afastou de funções 10 dirigentes da administração pública por estes não terem cumprido o prazo legal para a efectivação da «avaliação de desempenho» dos seus funcionários. A medida abrangeu dirigentes dos ministérios da Cultura (não o Ministro da pasta), da Saúde (não a ministra da coisa), das Obras Públicas (que não o Ministro) e da Defesa (que não o respectivo Ministro).
É minha convicção que: a «classificação de serviço» (ou «avaliação de desempenho») na administração pública (pelo menos aqui) visa premiar os «espertos» e os «bem relacionados», em detrimento dos outros. Tendo isto em linha de conta, considero que a filosofia básica da coisa visa possibilitar o «Sim, Senhor Ministro!» a quem a isso se disponha.
Um destes dias será feita certamente a história de todo este processo de matriz “social-democrata” levado a cabo por “socialistas”, assente nos mais “evoluídos” credos da «eficiência» e do «premiar do mérito» consagradas pelo «mercado» - «mercado» esse, afinal, hoje tão criticado…
Significativamente, até chegaram ao meu conhecimento casos em que organismos da Função Pública, depois de terem remetido para a disponibilidade dezenas de trabalhadores, acabaram mais tarde por vir a contratar uns quantos trabalhadores a algumas daquelas firmas dedicadas à escravatura moderna (tipo «Manpower Portugal, S.A.»), as quais embolsam para aí 40 por cento dos valores “salariais” a si pagos pelo contratante…
Agora - e voltando ao início -, é vergonhoso que aqueles dirigentes tenham sido castigados pelo governo. E ainda mais vergonhoso é o facto de os sindicatos do sector acharem bom o castigo aplicado… Dizem que «a falta de avaliação compromete uma eventual subida de remuneração»…
Ao que isto chegou, meus amigos!...
Ao contrário, gente: EU ACHO QUE OS AGORA CASTIGADOS MERECIAM SER CONDECORADOS!
Vestiram-nos de lobos, mas eles recusaram vestir tais peles! Pelo menos objectivamente…
Quem irá «avaliá-los» agora? E quem avalia os «avaliadores» cumpridores?...