08
Mai 09

 

Voçês podem não ver bem, mas o interruptor está ligado.

 

Só que, apesar das sucessivas injecções de capital, as "lâmpadas" não acendem...

 

Isto faz-me lembrar a Europa, por qualquer razão... 

 

strom

 

E algo me diz que aquelas notas são falsas.

publicado por flordocardo às 21:39

07
Mai 09

 

 

«Bloco Central». De repente, não se fala de outra coisa.

 

A expressão começou por designar o governo PS/PSD (IX Governo Constitucional), chefiado pelo Dr. Mário Soares, o qual esteve no poder entre Junho de 1983 e Novembro de 1985. Depois dos acordos estabelecidos com o FMI, iniciados em Agosto de 1978 (lembram-se?), foi a este executivo que coube dar os grandes passos em frente rumo à adesão à CEE, depois completados por Cavaco Silva (que entrou em cena em 6 de Novembro de 1985, com «maioria absoluta» e para fazer as «reformas estruturais»…).

 

Ora esta «Santa Aliança» foi-se mantendo até hoje, embora sob formas diversas, e partilhando o poder à vez. Daí que a expressão «bloco central» tenha passado a designar uma espécie de «bloco de interesses» e de partilha do poder a nível governativo, mas igualmente ao nível da gestão de empresas públicas, privadas ou de parceria público-privada - gestão que, de facto, foi tomada de assalto pelas abelhas rosas e laranjas (colorações que, de facto, têm tudo a ver - está cientificamente provado - com os «produtos tóxicos»).

 

Relembradas estas coisas, do que se fala agora é da possibilidade de vir a surgir por aí um governo minoritário ou, em alternativa, um novo governo de coligação PS/PSD. Em resultado de tal eventualidade, estão a fazer-se ouvir os prós e os contras – quer do lado do PS, quer do lado do PSD.

 

Os contras fazem-me lembrar o «Fado Toninho». Conhecem? Dos «DEOLINDA»?

 

(Se não me seguram

dou-lhe forte e feio!

Beijinhos na boca…

Arrepios no peito…)

 

Os prós fazem-me lembrar uns meninos que, diante do medo, assobiam  no escuro…

 

Porém, é absolutamente claro que uns e outros estão possuídos pelo medo. Só que os primeiros armam-se em meninos gabarolas que usam faca na liga, enquanto os segundos afivelam a máscara de meninos atinados, «ponderados» e «pragmáticos».

 

Ora, é precisamente aqui que reside o cerne da questão. Têm medo de quê?

 

Têm medo (por serem patriotas) que o país se afunde?

 

Ou têm medo que o poder lhes saia das mãos?

 

Inclino-me para a segunda possibilidade.

 

Mas de uma coisa tenho plena certeza: um governo saído de eleições só tem medo de ser minoritário se a política que se propõe aplicar só servir a minoria; pois se servir a maioria, de que é que há-de ter medo um tal governo?

 

Alguém me esclarece?

 

Eu deixo o candeeiro para vos iluminar.

 

 

publicado por flordocardo às 18:02

06
Mai 09

 

Eis que mais um prédio se desmoronou em Lisboa. Desta feita,

na Av. Marquês de Tomar. 

Estava em obras e caíu. Eram para aí umas 14 horas e 20 minutos. Mas atenção: segundo o responsável da obra «as condições de segurança estavam asseguradas»...

 

 

Sem comentários. 

 

publicado por flordocardo às 18:57

 

 

Enviaram-me este poema há instantes, por e-mail.

Que se adapta aos tempos e mais não sei quê... Está bem... Eu a querer (ser mais um a) falar do «bloco central» e esta malta...

 

SELVAGEM...  Mas tudo bem. Cá vai o poema.

 

 

A VIDA DE FAMÍLIA

a vida de família tornou-se bem difícil
com as contas a pagar os filhos a fazer
ou a evitar a ranhoca a limpar
a vida de família não tem razão de ser
não tem ração de querer

a vida de família jangada da medusa
é o tablado da antropofagia

mas ficam os retratos cristo virgem maria
e os sobreviventes, que vão chupando os dentes

ALEXANDRE O’NEILL (1924-1986)

(do livro «Poesias Completas» - Assírio e Alvim)

publicado por flordocardo às 18:14
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Um amigo meu confidenciou-me esta manhã ter lido o post «Prémio(s) e castigo(s)», ontem aqui inserto. E criticou-me. 

 

«Devias era ter dito que se o governo fosse "avaliado" era logo despedido; é que ele

foi eleito com base num dado programa, e foi aplicar outro radicalmente diferente...»

 

O reparo é pertinente. Bem o quis convencer a fazer um comentário, por escrito, ao citado post, mas está quieto...

 

 

 

Sendo assim, tomo eu a liberdade de vos expressar aquela crítica.

publicado por flordocardo às 17:39

05
Mai 09

 

O anúncio público é recente: o Ministro das Finanças afastou de funções 10 dirigentes da administração pública por estes não terem cumprido o prazo legal para a efectivação da «avaliação de desempenho» dos seus funcionários. A medida abrangeu dirigentes dos ministérios da Cultura (não o Ministro da pasta), da Saúde (não a ministra da coisa), das Obras Públicas (que não o Ministro) e da Defesa (que não o respectivo Ministro).
 
É minha convicção que: a «classificação de serviço» (ou «avaliação de desempenho») na administração pública (pelo menos aqui) visa premiar os «espertos» e os «bem relacionados», em detrimento dos outros. Tendo isto em linha de conta, considero que a filosofia básica da coisa visa possibilitar o «Sim, Senhor Ministro!» a quem a isso se disponha.
 
Um destes dias será feita certamente a história de todo este processo de matriz “social-democrata” levado a cabo por “socialistas”, assente nos mais “evoluídos” credos da «eficiência» e do «premiar do mérito» consagradas pelo «mercado» - «mercado» esse, afinal, hoje tão criticado…
 
Significativamente, até chegaram ao meu conhecimento casos em que organismos da Função Pública, depois de terem remetido para a disponibilidade dezenas de trabalhadores, acabaram mais tarde por vir a contratar uns quantos trabalhadores a algumas daquelas firmas dedicadas à escravatura moderna (tipo «Manpower Portugal, S.A.»), as quais embolsam para aí 40 por cento dos valores “salariais” a si pagos pelo contratante…
 
Agora - e voltando ao início -, é vergonhoso que aqueles dirigentes tenham sido castigados pelo governo. E ainda mais vergonhoso é o facto de os sindicatos do sector acharem bom o castigo aplicado… Dizem que «a falta de avaliação compromete uma eventual subida de remuneração»…
 
Ao que isto chegou, meus amigos!...
 
Ao contrário, gente: EU ACHO QUE OS AGORA CASTIGADOS MERECIAM SER CONDECORADOS!
 
Vestiram-nos de lobos, mas eles recusaram vestir tais peles! Pelo menos objectivamente…
 
Quem irá «avaliá-los» agora? E quem avalia os «avaliadores» cumpridores?...

 

publicado por flordocardo às 16:03

04
Mai 09

 Queriam uma fotografia da flor do cardo?

 

 

 

EI-LA!

 

Fiquem por aí!

 

publicado por flordocardo às 19:14
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Uma breve chamada de atenção para a entrevista, fresquinha, concedida pelo professor Medina Carreira ao jornal «Correio da Manhã».

 

Muito interessante.

 

- «...o que vemos são as consequências de uma economia que não funciona»;

- «Não interessa nada produzir quantidade que é lixo. Nada.»

 

Eis dois momentos que retenho da citada entrevista.


Leiam e discutam.

publicado por flordocardo às 18:45
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Ao transcrever o poema que a seguir vos ofereço não houve música de fundo.
Mas pergunto a mim mesmo: que música será susceptível de acompanhar tão veemente poema?...
  
 
UMA PEQUENINA LUZ
 
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não: brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
 
25/9/1949
 
JORGE DE SENA (1919-1978)
 
(do livro «Poesia III» - Moraes Editores, 1978)
 
 
 
Se esta «pequenina luz» é indubitavelmente a da liberdade, outras são as luzes que se vão acender por esse país fora até ao final deste ano. Falamos de centros comerciais.
 
Acabo de ler que 8 (oito!) novos centros comerciais vão abrir em Portugal este ano. O primeiro abre portas na Amadora, já no próximo dia 7 de Maio. Custou 300 milhões de euros e ocupa uma área bruta de 122 mil metros quadrados. Vai ser o maior do país!
 
“Nós”, por cá, não fazemos as coisas por menos!...
 
Crise? Qual crise?!... É mesmo disto que estamos a precisar meus senhores! Isto é que é «iniciativa», «empreendadorismo», «investimento», «produção»!
 
Excelentíssimo Primeiro-Ministro e ministros todos: não deixem de comparecer à inauguração, ouviram?! Pelo menos nesta (os espanhóis vão lá estar, OK?)...
 
Vivam as luzes todas das lojas todas desta eurolândia!
 
E que viva Portugal, carago!!! 
 
 
Post-scriptum  –  Em contraponto, eis que existem no país 36 municípios que não dispõem de estabelecimentos de ensino acima do 9º. ano de escolaridade…
 
Só no distrito de Portalegre são 9 os concelhos em tal situação.
 
Eis um caso de luzes a menos…

 

publicado por flordocardo às 10:55
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