29
Jul 09

Cardo_1.JPG Coisas estranhas estão a acontecer...

 

Uma gripe providencial afastou a Drª. Manuela Ferreira Leite da festa do PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, estando inteiramente por esclarecer que estirpe de gripe a afectou...

 

O Ministro da Cultura deu uma entrevista a dizer que, pela parte que lhe toca, vai tudo de vento em popa...

 

António Costa e Santana Lopes estão com a «febre dos números» e, por tal afecção, esqueceram-se onde fica Lisboa e que esta é (ou devia ser, em pleno!) a capital de um país chamado Portugal...

 

O PS acaba de prometer 200 euros por cada novo bébé, e procura entretanto um vidente devidamente licenciado que lhe possa predizer o futuro próximo...

 

Para esclarecimentos, o BE anda desesperado à procura da Joana Amaral Dias, não a conseguindo contactar pelo telemóvel nem pelo twitter...

 

Jerónimo de Sousa anda a rever o libreto da ópera que vai ser apresentada na Festa do Avante...

 

Paulo Portas anda de mapas na mão, procurando às próximas feiras onde pensa actuar e distribuir as vacinas contra a H1N1...

 

Para culminar, a ASAE encontra-se incontactável...

 

Uff !!!

publicado por flordocardo às 12:45

28
Jul 09

 

Quando se resolverem os problemas do dia-a-dia das pessoas resolvem-se os problemas do ambiente. O contrário não é verdadeiro.

 

A ideia irrompeu ontem à noite, ao andar no metropolitano e depois de ouvir aqueles slogans pré-gravados do não sei quê «... e protege o ambiente», ou coisa parecida. Ainda vou pensar melhor se estará inteiramente correcta.

 

Na certeza porém, esta «do ambiente» também começa a irritar-me solenemente. Ainda hoje vi "resmas" de lixo pelas ruas desta cidade (ali por S. Paulo, elevador da Bica, Largo de Santo Antoninho)... Já nem falo nos passeios, onde caminhamos aos pontapés nas pedras soltas...

 

Ainda por cima não há um sítio onde se possa mijar decentemente nesta cidade. Porra!

 

Está comprovado: este Verão está a fazer-me mal.

publicado por flordocardo às 15:15

27
Jul 09

 

Não me sinto pobre por não ter um carro; sentir-me-ia era rico se o tivesse, isso sim.
 
Eis uma ideia que desde ontem não me larga e com a qual voltei a acordar hoje, depois de uma noite mal dormida. Decididamente, qualquer coisa não anda a bater bem…
 
Ou será que estou certo?...
 
Ou será que estou como o outro, profundamente irritado com o horizonte «politicamente correcto» com que nos asfixiam a todo o instante?...

 

publicado por flordocardo às 18:36

19
Jul 09

 

O Festival começou na passada sexta-feira. Até 25 de Julho, Sines enche-se de vida para dar guarida ao maior festival português de músicas do mundo. Esta é a sua 11ª edição. Vamos ter música de Cuba, Polónia, Portugal, República Democrática do Congo, China, Galiza, EUA... ...
 
Amigos e conhecidos já me afirmaram ser este, por norma, o melhor Festival de música feito em terras lusas – o qual, além dos concertos, propõe actividades paralelas, como um ciclo de cinema documental, ateliers para crianças, oficinas de instrumentos, encontros com escritores, etc.
 
Músicas do Mundo, em Sines, é por estes dias um retrato vivo da melhor música (e não só) que se faz por este planeta fora.
 
É uma sugestão, cujo programa completo pode ser consultado em http://fmm.com.pt
publicado por flordocardo às 14:45

15
Jul 09

 

Para preencher o resto deste dia?... Um dia passado em limpezas na cozinha, depois de regressado de Portimão?... Pois uma bela tradução realizada por Jorge de Sena, inserta no livro «Poesia de 26 Séculos - De Arquíloco a Nietzsche» (editora Fora do Texto, 1993).
 
TRECHO DE «BELEROFONTE»
 
Quem disse alguma vez que há deuses lá nos céus?
Não há, não há, não há. Não deixem que ninguém,
mesmo crente sincero nessas velhas fábulas,
com elas vos engane e vos iluda ainda.
Olhai o que acontece, e dai a quanto digo
a fé que isto merece: eu afirmo que os reis
matam, roubam, saqueiam à traição cidades,
e, assim fazendo, vivem muito mais felizes
que quantos dia a dia pios são e justos.
Quantas nações pequenas, bem fiéis aos deuses,
sujeitas são dos ímpios com poder e força,
vencidas por exércitos que as escravizam.
E vós, se em vez de trabalhar rezais aos deuses,
e deixais de lutar para ganhar a vida,
aprendereis que os deuses não existem. Que
todas as divindades significam só
a sorte, boa ou má, que temos neste mundo.
 
                                          Eurípedes
(Grécia - Ática - 480-405 a.C.)
publicado por flordocardo às 23:53
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Sob o consulado dos governos de Mário Soares, de Cavaco Silva, de António Guterres e de Durão Barroso, os designados «grandes investimentos públicos» concentraram-se, de modo substancial, nas auto-estradas e na remodelação da via férrea entre Lisboa e Porto (para o famigerado Alfa Pendular); houve ainda o Alqueva, a Expo-98, a Ponte Vasco da Gama e os estádios para o campeonato europeu de futebol.

 

 

A par disto, destruiu-se muita coisa (directa e indirectamente produtiva): a metalo-mecânica pesada, grande parte da actividade mineira, a marinha mercante nacional, centenas e centenas de quilómetros de linha férrea (de via estreita e de via normal); a par desta destruição veio o completo definhamento da pesca e a da agricultura – enquanto se incrementavam as grandes superfícies comerciais e a banca, o imobiliário  e os campos de golfe floresciam.

 

 

 

 

Pelo meio disto tudo foram dados incentivos de todo o género aos investimentos estrangeiros em Portugal – casos, por exemplo, da Autoeuropa, da Quimonda, da Tyco ou, mais recentemente, da Pescanova (em Mira). Isto significou, na prática, que o Estado português, depois de ter destruído produção e empregos existentes, comprou empregos a tais multinacionais – as quais se manterão em solo nacional enquanto entenderem, ou seja, enquanto considerarem tal permanência suficientemente lucrativa...

 

 

 

 

Qual a lógica de desenvolvimento de tudo isto? Nenhuma. As consequências? Essas sabemos hoje melhor do que nunca em que se consubstanciaram: florescimento do sector terciário da economia; compressão dos salários reais (crescentemente disfarçada com um acesso progressivamente mais barato ao crédito bancário); desemprego (aberto e encoberto) e precaridade do nível de trabalho. Tudo isto foi sendo cozinhado à sombra da chamada «integração europeia» do nosso país e de uma coisa anómala (mas “avançada”...) designada por «concertação social», instaurada no tempo do cavaquismo.

 

 

Mas - qual resultante lógica de tudo isto - registou-se outra consequência inevitável: o aumento das importações e diminuição das exportações, com o inerente ascenso galopante da dívida externa.

 

Ora o governo do engº. Sócrates prosseguiu esta política suicidária com uma pequena variante: alegando a urgência de combater o défice, juntou aquela linha geral as “reformas”; na administração pública, na saúde, na justiça, na educação. Resultado? Temos todos os problemas agravados - os estruturais e os outros. Os primeiros não foram atacados e os outros, os das ditas “reformas”, resultaram na mais absoluta perversidade e inoperância (a chamada «função pública» é hoje e praticamente inexistente, à custa a “modernização”, dos “objectivos” e das “avaliações de desempenho” - que resultam na completa governamentalização de tal trabalho; a saúde está infecta e a rebentar pelas costuras, a justiça está em coma e a educação entregue aos burocratas, aos tecnocratas... e ao «acordo ortográfico»...).

 

Alguns dizem que temos um país adiado? O mais correcto será dizer que temos um país que avança para o abismo!

 

Os «chifres» de Manuel Pinho em plena Assembleia da República, quando se debatia o Estado da Nação, constituem, no contexto que descrevi, uma espécie de performance de negríssimo humor. Destinada a evitar uma séria discussão do estado a que isto chegou? Sim. Objectivamente, sim!

 

E a celeuma em curso a respeito dos chamados «grandes investimentos públicos» corre o mesmo risco. O risco de levantar um denso nevoeiro sobre o que é essencial. Os cretinos em presença são, aliás, exactamente os mesmos.

 

Os que se opõem a semelhantes investimentos (novo aeroporto, TGV e terceira travessia do Tejo, por exemplo) defendem o quê? Nada. Se se apanharem no poder, tais “sábios” voltarão à política do combate ao défice, ainda que provavelmente por outras formas. E deixarão o tempo correr até a crise actual passar, implementando depois alguns dos investimentos que agora criticam.

 

Os que defendem os ditos investimentos, por seu turno, querem o quê? Combater o desemprego no plano imediato, pondo o Estado a substituir-se à iniciativa privada? E quando a crise actual passar? Estarão, então, os nossos problemas estruturais resolvidos? E passaremos de novo à tutela da iniciativa privada e ao primado do mercado? È o mais certo...

 

Estou em crer, portanto, não ser possível discutir nada disto (e discutir não é adiar ou fazer avançar os investimentos públicos) fora da definição de uma estratégia política e económica de desenvolvimento para o país que hoje temos. Trocar argumentos fora destes termos do problema é o mesmo que atirar perdigotos para o ar.

 

É claro que não me revejo nada no discurso miserabilista e demagógico dos senhores do não (que muito provavelmente, defendendo agora a suspensão das coisas, mais adiante quererão embolsar alguns proventos com a sua construção). Caríssimos: vós sois «velhos do Restelo»!

 

Mas o discurso dos senhores do sim também não me convence plenamente, pois é incompleto – pelo menos pelo que vi até agora. È que o problema é que não se pode voltar a correr o risco das políticas cavaquistas de suposta criação de infra-estruturas que não têm qualquer laivo de estrutura produtiva sólida atrás de si, a montante. Será que queremos aeroportos capazes e TGVs para, meramente, trazer e levar turistas? Expliquem-nos que não é isto que pretendem. Digam-nos que economia é urgente criar para que tais obras façam sentido!

 

Talvez volte ao assunto. É que o verdadeiro problema é saber que país queremos (penso eu de que...).

publicado por flordocardo às 21:35

02
Jul 09

Pina Bausch morreu.

 

 

Nunca me foi possível assistir ao vivo aos expectáculos de Pina Bausch. Lembro-a no Canal Arte e no filme «Fala com ela», de Pedro Almodóvar.

 

Sempre me perturbou. Talvez pela sua figura, ou pelo seu olhar.

 

O quotidiano, a vida, a humanidade, o tempo... Sinto que perdi alguém de família.

 

 

publicado por flordocardo às 15:36

01
Jul 09

 

Parece que tudo tem um fim.
 
 

 

Agora chegou a vez da famosa película da Kodak, a kodachrome. Não percebendo nada de fotografia (mas tendo pena), sabia no entanto que a revelação desta película dava sempre um resultado de cores fabuloso.

 

Ora, não sei por qual razão, isto remete-me para o governo do engº. Sócrates. Eu acho (isto é tudo muito subjectivo, claro!) que desde que a Kodak anunciou o fim da produção daquela película o governo perdeu ainda mais cor...

 

Olhe-se para Sócrates. Atente-se no aspecto - e no descolorido e cansado discurso - do ministro Mário Lino. Repare-se na volatilização do ministro Augusto Santos Silva. Pasme-se com o anémico optimismo do ministro da Finanças...

 

Isto anda tudo ligado...

 

E, conclusão: agora é que o governo perdeu de vez o norte à cor vermelha; as suas últimas decisões demonstram à evidência que ele está disposto a banquetear-se com a direita mais direitista e a fazer-lhe todo o tipo de cedências (caso queiram, chamem a isso «bloco central»); logo, confirma-se de novo que tinham razão os que desde o primeiro momento disseram que este executivo era de direita.

 

Na prática, o executivo de Sócrates (embora eventualmente com enfado, concedamos) mantém o rumo...

 

 

 

publicado por flordocardo às 19:34

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