* Tive ontem, a vários títulos, um dia infernal - à beira do suplício. Porém, à noite, mesmo bem perto do final desse dia, no meio de uma noite ventosa e de uma «chuva oblíqua» que se prolongou pela madrugada fora, estive por dentro de um momento grato, de incomum e intensa beleza, telúrico, de partilha, inesperado, o qual ficará em mim gravado para sempre, até ao resto da vida que me sobra.
Pintura a óleo (40x40) - Luís Raimundo
Devem ter reparado: andei por aqui uns dias mergulhado num poço. Dias esses em que este blogue constituiu uma espécie de porto de abrigo e de âncora ao mesmo tempo - algo que estava quase inteiramente arredado do meu espírito quando o criei.
O certo é que não resisto a confessar-vos que saí do poço. Não estou radiante, mas estou feliz.
* Faz hoje oito anos que o meu pai morreu nos meus braços. Desejava poder partilhar este meu momento com ele. Sei que não é possível. Mas acho que não me fica mal expressar aqui esse sentimento.
* E não me fica igualmente mal (é aliás justíssimo) confessar igualmente que surripiei a foto acima ao filho da minha ex-colega e amiga Ana Pequito (olha que o rapaz tem alma de poeta, Ana!). Vejam o blogue pintarpalavras.
Continuem por aí.