Este «desabafo» era para ter sido editado faz hoje precisamente uma semana, ou seja, no passado dia 6. Por pudor, preguiça, ou qualquer outro motivo que não consigo precisar, tal não sucedeu.Mas hoje, com a recaída que tive... Farei mal, farei bem?... Há alguma explicação minimamente racional para dar agora à luz este post? Não sei. Mas cá vai ele, por entre a chuva que volta a cair intensamente.*
Esta manhã fui forçado a abrir mais um furo no cinto das calças. Será o menos (e só ao cinto importará substancialmente)… O certo é que estou triste. Tristíssimo. Tenho feito os possíveis, tenho-me esforçado para animar as coisas (como devem ter reparado). Debalde. Carrego uma tristeza sem nome e sem abrigo. Uma tristeza da qual não tenho memória alguma. Um desalento. Já por três ou quatro vezes dou por mim, cabisbaixo, a olhar fixamente um qualquer ponto indistinto em pleno chão; prolongadamente. Também não tenho memória recente de isto me acontecer. Quando acabei de almoçar dei por mim a ter ganas de abraçar alguém em plena Rua Augusta. Estão a ver?... Para já, não encontro nenhum corrimão para isto, nenhum antídoto. Sinto-me zonzo. A única forma de equilíbrio que alcanço passa precisamente (e estupidamente) pelo testemunho escrito disto.
Não serei o único? Pois não. E tal facto dá-me alguma espécie de conforto? Não, antes pelo contrário… Ainda fico pior se souber que mais alguém está assim. Sinto o tempo a correr por mim com uma lentidão terrível, como se não se movesse (o que é muito estranho, nos dias que correm, estranhíssimo). E agora vou calar-me. O relógio de sol está inoperacional. Vou tentar arranjá-lo.
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Relógio de sol - Portalegre
PS - Esclareça-se que, apesar de tudo, não estou tão mal como naquele dia 6.