Por entre o frio que parece ter regressado vou começar a escrever uma CARTA.
No imediato, uma carta para mim, uma carta para «memória futura», mas uma carta que depois partilharei convosco (embora ela já tenha destinatário específico). Não sei quando a editarei neste sítio agora tão sombrio. Daqui a um mês, dois, oito? Não sei. Sei que é uma carta que me sairá do fundo do peito magro, que é o meu; e mesmo das entranhas menos visíveis deste corpo.
Uma carta de despedida, de adeus? Uma carta de amor? Uma carta de imensa ternura? Uma carta de agradecimento? Uma carta de inapagável amizade? Uma carta sobre a tristeza? Uma carta sobre a alegria? Uma carta aberta? Talvez venha a ser tudo isto ao mesmo tempo.
Será, por certo, uma carta urgente – pois caso contrário não a escreveria. Mas não tão urgente que não possa esperar, levedar, amadurecer.
Não sei quanto tempo levarei a escrever esta carta. Sei que a vou começar agora, neste instante, em silêncio (e num silêncio que só quebrarei para falar de blogues, como prometera, no próximo dia 25), a quente, todavia - sim, a quente. Certas coisas, não muitas, têm que ser feitas assim.
Eu sei que quando as palavras acabam, muito ou pouco, morremos. Ou, pelo menos, algo morre em nós. Talvez seja por isso que os mortos não falam.
Sucede, porém, que eu estou vivo; e que – para o mal e para o bem – nas palavras vivo também (rima!).
Até lá, fiquem bem (continua a rimar)!
Abraço-vos com força!
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