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Fev 10

 

 

 

 

fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. o amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.
 
                                                                             José Luís Peixoto
 
(do livro «A Criança em Ruínas» - Quasi Edições, 2001)

 

 

publicado por flordocardo às 01:27
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…será este o termo mais aproximado à realidade. Por várias razões.
 
- Anteontem (após três horas de espera, de consulta, de dilatação das pupilas e de nova avaliação) o oftalmologista da minha mãe revelou-nos que o glaucoma continua estacionário. Todavia, entretanto, a pequena catarata que aparecera no seu olho direito avolumou-se, e terá que ser operada, provavelmente no final do ano. O certo é que a minha mãe neste momento suporta mal a luz e praticamente não consegue ver televisão.
 
- Ontem, pelas 18 e picos, fui finalmente ver o filme «Nas Nuvens». Não devia ter ido. Surpreendeu-me, duramente, em relação às expectativas que tinha sobre ele. Não devia ter ido, pois tocou nas feridas que estou a procurar sarar, ou seja… Adiante. É um belíssimo filme, actualíssimo, do qual saí a abanar. Vejam-no.
 
- Chegado a casa deparo com o FIM do blogue «Miles to go». Outro choque.
Tinha o mais bonito layout que alguma vez vi num blogue. E tinha um cariz muito próprio. E aprendi muito com ele. E reflecti muito (mal ou bem) sobre ele. Vai fazer-me uma falta irreparável.
 
Ora é no meio de tudo isto que eu me desmorono. Sinto até – tenho a percepção, uma consciência difusa - que por entre a tentativa, desesperada por vezes, de tratar as minhas feridas tenho vindo a fazer coisas menos correctas, nada próprias de mim – mesmo no trato mais comezinho com gente que amo, com gente que é minha amiga, com familiares e colegas. Estranho-me amiúdas vezes. Portanto, sinto que se foi de novo a serenidade que se começava lentamente a encostar a mim (ou que, se calhar, eu sonhara ou desejara freneticamente que a mim chegasse). Eu tinha avisado… Mas, é insofismável, está a ser duríssimo conviver com isto (não consigo dormir).
 
Assim sendo, talvez o silêncio fique aqui por uns dias. Até que eu encontre palavras – que não estas que vos deixo – que possam servir-me a mim e, sobretudo, a todos vós - que estais aí nesse lado oculto da lua.
 
Abraço-vos com força!
publicado por flordocardo às 00:34

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