Almada Negreiros - A Sesta, 1939 (Carvão sobre papel, 68 x 100 cm)
02
Mar 10
Almada Negreiros - A Sesta, 1939 (Carvão sobre papel, 68 x 100 cm)
Estranho, estranho dia este…
- Um sonho tão desejável, tão imensamente belo quanto… esquisito (?…), pelas 4 e 10 da manhã fez-me acordar.
- Manhã mais fria que a anterior; e nebulosa.
- Espera inesperada na 6ª. CRC, com direito a cópia da Acta («Iniciada a conferência prevista nos artºs. 14º. nº. 3 do D.L. nº 272…»).
- Almoço solitário com notícias abstrusas pelo meio.
- Conversas também abstrusas no emprego.
Este dia está difuso, está semi-dia, está manifestamente a necessitar de um estalo, um grito, um murro no externo. Ou, se calhar, de música.
E, todavia…Chuva de novo. Eu não vos dizia?
E eis que dou por mim a recordar agora um episódio brevíssimo ocorrido comigo no domingo, ao findar da tarde. Mas conto-vos isso depois, se conseguir tempo.
Se a Razão de um homem é perfeita
Perfeito é aquilo de que ele é capaz.
A prova reside no que de bom quis:
Os olhos não reprovarão o que ele faz
Nem os ouvidos aquilo que ele diz.
IBN SALLAM
Ibn Sallam, nasceu provavelmente em Sevilha e viveu a maior parte da sua vida em Silves, aí vindo a falecer, em 1149, com 80 anos de idade. Foi autor de «Tesouros e Jóias dos Espíritos Educados e dos Caracteres Generosos».
(Extraído do livro de Adalberto Alves «O Meu Coração É Árabe (a poesia luso-árabe)» - Assírio & Alvim, 1987)
subscrever feeds
mais sobre mim
