Agora que o essencial do «Programa de Estabilidade e Crescimento» (PEC) já se conhece, eis que, feitas as contas, se chega à conclusão de que estamos obrigados - caso o mesmo vá em frente - a poupar 27 milhões de euros por dia.
Notem bem… Poupar 27 milhões de euros por dia para que o défice das contas públicas fique abaixo dos 3 por cento do nosso Produto Interno Bruto (PIB) em 2013!
Acontece que não há país algum no mundo que, com um PIB anémico como o nosso, consiga sobreviver poupando à força 27 milhões de euros/dia... Se isto não é um PEC «draconiano», então o que será?!...
É por isso que aqui reafirmo que este PEC não é de «estabilidade» e muito menos de «crescimento». É simplesmente ridículo dar-lhe essa matriz!
O governo bem pode vir a aconchegar este PEC (e vai consegui-lo, estou em crer) com uma relativa estabilidade política (institucional), ou seja, apoiando-se na “oposição responsável” que temos. Mas o que certamente não vai conseguir é uma estabilidade política a nível social, quer dizer, ao nível do conjunto da sociedade portuguesa.
Mais ainda: uma coisa é aprovar bonitos planos, susceptíveis de sossegar os responsáveis pela crise e os seus correlegionários; outra coisa é conseguir aplicá-los contra os interesses de uma imensa maioria de cidadãos.
De onde resulta que…Isto «vai dar pano para mangas»!