- Em declaração prestadas no dia 8 ao jornal alemão «Handelsblatt», o sr. Jurgen Stark rejeitou categoricamente a ideia da criação de um Fundo Monetário Europeu. Stark, membro do comité executivo do Banco Central Europeu, disse que um tal fundo criaria um estímulo falso e prejudicaria os países com finanças públicas «sólidas», minando assim «a aceitação pública do euro e da União Europeia»…
- Quem dias antes suscitara a ideia fora o ministro alemão das Finanças, o sr. Wolfang Schauble - que chegou mesmo a apresentar depois a Bruxelas uma proposta de criação de um FME, com capacidade semelhante à do Fundo monetário Internacional (FMI)…
- Ontem, dia 12, eis que o ministro Schauble, em artigo publicado no «Financial Times», continua a defender a criação do FME, mas vai mais longe. Afirma que «se um país membro da zona euro, no limite, não conseguir consolidar o seu orçamento ou restaurar a sua competitividade, este país deve, como solução de último recurso, sair da zona euro, embora mantendo-se membro da União Europeia». E acrescenta que «um país cujas finanças estão em convulsão não deve participar em decisões lelativas às finanças de outro membro» e que não cumprir os limites definidos por Bruxelas deve conduzir à «suspensão dos direitos de voto no Eurogrupo»…
- Portanto, estamos conversados quanto à tão propalada “solidariedade” entre os Estados membros da actual UE!... E note-se que tudo isto é dito por alemães responsáveis…, gente fina…
- O problema é que tal gente não consegue, por mais que queira, esconder duas coisas: 1) que a UE foi construída à sua imagem e semelhança (ou, se preferirem, à imagem e semelhança dos ricos - cujos orçamentos são sempre mais “sólidos” do que os dos pobres…); 2) que a crise actual evidenciou como nunca que a UE não tem qualquer solução para a mesma, que asfixia, pois está entalada entre os interesses hegemónicos globais dos EUA, por um lado, e o crescimento acelerado e expansionista da China, por outro - potências estas que lhe vão roubando os mercados e os lucros em cada dia que passa…
- Mas foi para esta UE que nos empurraram quase à força, não foi? Lembram-se? Só que o “maná” parece ter acabado agora, como se vê. E é por isso, creio eu, que já muita gente anda à estalada por essa União Europeia fora. Estejamos preparados. A procissão, todavia, ainda só vai no adro…
- Uma coisa é certa: vozes houve que se levantaram contra esta «integração» (incluindo a minha). Então não será altura de lhes reconhecer razão e descobrir caminhos?