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Mar 10

 

Se fosse vivo faria hoje cem anos de idade. Falamos de Akira Kurosawa (Tóquio, 23/03/1910 - Setagava, 06/09/1998). Foi um dos mais importantes cineastas do Japão e os seus filmes influenciaram uma vasta geração de realizadores por todo o mundo.

 

Rashomon (1951) Seven Samurai (1954) Kagemusha the Shadow Warrior (1980)

 

Com uma carreira de cinquenta anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes, sendo considerado um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema. Em 1989 foi premiado com um Óscar pelo conjunto de sua obra.

A Cinemateca está actualmente a passar alguns dos melhores filmes deste realizador. A (re)ver, pois claro!

 

publicado por flordocardo às 18:41
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Eu sei, eu sei que o Dia Mundial da Poesia foi neste último domingo. Mas o que aqui vos deixo (chamemos-lhe "texto", por ser coisa ainda incerta, entre prosa e poema) anda há 17 dias a moer-me lentamente, num sussuro tão agudo quanto persistente. Aqui fica agora; aberto, exposto, palpável... 

 

 

 

EU SEI QUE POSSO

 

Eu sei que posso morrer por ti/ pois em ti está o sangue do mundo/ o cheiro ímpio da terra/ a chuva que cai/ o arco-íris que ri tão breve/ Porque em ti o sorriso e o riso/ a inquietude e o sal/ a faca e a ferida/ a ternura e os olhos/ resplandecem e queimam/ e contam histórias nunca ditas/

 

Eu sei que posso cantar para ti/ sem horas aprazadas dizer-te/ soletrar-te/ pois todo o esperma que me habita/ canta sem mácula o seu perfume/ que é simplesmente e pleno o teu perfume/ Porque em ti correm os inomináveis rios/ onde as flores selvagens matam a sede/ e também as aves em movimento/ e todos os animais assustados com a morte/ e mesmo as árvores de raízes fundas/ ou os cactos dos mais frios desertos/

 

Podes por isso queimar-me o corpo todo/ Podes até queimar meus lábios/ transformá-los em cinza/ Eu sei que por ti posso mudar a ordem das estações/ ainda que a minha boca sangre/ ou por instantes chore sem saber porquê/ E porque eu tenho os olhos sentados nos velhos degraus da tua casa/ e o teu brilho irradia ainda nos lençóis/ e neles teus cabelos ainda tecem lágrimas/ eu digo agora algo mais simples/ como se um osso riscasse outro osso/ - és o mais importante nó da minha vida/ mais relevante que a minha vida/

 

Oh meu amor eu sei que posso/ como nunca soube (não tenhas medo)/ cair inteiro na tua entrega e tu na minha/ A menos que seja tarde/ A não ser que procuremos já um lugar/ onde aprender a não esperar o que não volta

 

(Cruz-Quebrada, 26/02–06/03 - 2010)

publicado por flordocardo às 10:54

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