Os líderes europeus reúnem-se hoje em Bruxelas com o “problema grego” na agenda. 

Um porta-voz do primeiro-ministro britânico assegurou hoje que o Reino Unido não tem condições para ajudar a Grécia financeiramente.

«Se pedido e se possível, o primeiro-ministro quererá certamente ajudar a resolver a situação (da Grécia), mas não em termos de uma ajuda financeira do governo britânico» - afirmou Simon Lewis, porta-voz de Gordon Brown.
Entretanto, pelos lados da Alemanha, Angela Merkel garantiu hoje que recomendará ao Conselho Europeu que Bruxelas ajude Atenas, mas em parceria com o FMI e apenas «em última instância».

Todavia, por detrás das cortinas... Cá para mim, o euro está a dar a alma ao(s) criador(es)…

Mas voltarei ao assunto, logo que seja possível. 

Aquisições do dia de ontem, ao fim da tarde (a baixo preço):

- O livro «Resumo - a poesia em 2009» (edição Assírio & Alvim), acabadinho de sair; para ficar com uma ideia melhor do ano poético transacto;

- O CD «Esquissos», dos TORANJA (2003), para recuperar algum do tempo perdido;

- O CD «Icky Thump», dos WHITE STRIPES (2007), para me reconciliar com o rock (Rock!) e não só.

(post concebido sob o som dos White Stripes)

Os bancos, as empresas de telecomunicações e mais umas quantas, eis que, de repente, me solicitam a adesão a uma coisa extraordinária, inovadora: a substituição de extractos ou facturas em papel por documentos electrónicos. Oferecem-me uma verdadeira benesse…

A coisa é absolutamente fantástica - por ser prática, não ocupar espaço (?!...) e ainda por cima proteger as árvores e, logo, o ambiente.

Sucede que eu não sou parvo (só quando quero). O interesse desta gente será mesmo o nosso bem-estar? Não. O interesse real desta tropa é a «contenção de custos». Querem poupar nos custos de produção e distribuição de documentos.

Mas em que pé fica a minha poupança?!... Aparentemente, em lado nenhum… Assim, querem os senhores, no mínimo, repartir comigo, meio por meio, as poupanças com a adopção dos extractos digitais?...

O melhor mesmo e pagarem-me para que eu adira à coisa!

De outra forma… Bem, de outra forma vamos ficar todos a perder, né?...

Se fosse vivo faria hoje cem anos de idade. Falamos de Akira Kurosawa (Tóquio, 23/03/1910 - Setagava, 06/09/1998). Foi um dos mais importantes cineastas do Japão e os seus filmes influenciaram uma vasta geração de realizadores por todo o mundo.

Com uma carreira de cinquenta anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes, sendo considerado um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema. Em 1989 foi premiado com um Óscar pelo conjunto de sua obra.

A Cinemateca está actualmente a passar alguns dos melhores filmes deste realizador. A (re)ver, pois claro!

Eu sei, eu sei que o Dia Mundial da Poesia foi neste último domingo. Mas o que aqui vos deixo (chamemos-lhe "texto", por ser coisa ainda incerta, entre prosa e poema) anda há 17 dias a moer-me lentamente, num sussuro tão agudo quanto persistente. Aqui fica agora; aberto, exposto, palpável... 

EU SEI QUE POSSO

Eu sei que posso morrer por ti/ pois em ti está o sangue do mundo/ o cheiro ímpio da terra/ a chuva que cai/ o arco-íris que ri tão breve/ Porque em ti o sorriso e o riso/ a inquietude e o sal/ a faca e a ferida/ a ternura e os olhos/ resplandecem e queimam/ e contam histórias nunca ditas/

Eu sei que posso cantar para ti/ sem horas aprazadas dizer-te/ soletrar-te/ pois todo o esperma que me habita/ canta sem mácula o seu perfume/ que é simplesmente e pleno o teu perfume/ Porque em ti correm os inomináveis rios/ onde as flores selvagens matam a sede/ e também as aves em movimento/ e todos os animais assustados com a morte/ e mesmo as árvores de raízes fundas/ ou os cactos dos mais frios desertos/

Podes por isso queimar-me o corpo todo/ Podes até queimar meus lábios/ transformá-los em cinza/ Eu sei que por ti posso mudar a ordem das estações/ ainda que a minha boca sangre/ ou por instantes chore sem saber porquê/ E porque eu tenho os olhos sentados nos velhos degraus da tua casa/ e o teu brilho irradia ainda nos lençóis/ e neles teus cabelos ainda tecem lágrimas/ eu digo agora algo mais simples/ como se um osso riscasse outro osso/ - és o mais importante nó da minha vida/ mais relevante que a minha vida/

Oh meu amor eu sei que posso/ como nunca soube (não tenhas medo)/ cair inteiro na tua entrega e tu na minha/ A menos que seja tarde/ A não ser que procuremos já um lugar/ onde aprender a não esperar o que não volta

(Cruz-Quebrada, 26/02–06/03 - 2010)

Para que se lembre...

Neste dia, há sete anos atrás, o Iraque era invadido.