Num post meu, de 15 de Janeiro, intitulado «CARTA (adiada) PARA O FUTURO»,
falei-vos que a missiva tinha começado a ser escrita nesse mesmo dia e tinha destinatário certo. Pois bem, essa carta foi acabada esta madrugada e entregue há instantes, em mão. E lida. E conversada.
Com isto encerrou-se um ciclo da minha vida. Um novo patamar está à minha frente, esperando ser pisado.
Espero com isto ter ganho fôlego para dar esse passo.
E se um dia vos falei da eventualidade de revelar tal carta aqui, esqueçam.
Só vou citar o seu princípio e o seu fim:
Carta para...
(Aldraba numa porta em Castelo Branco
- foto da minha amiga Júlia, do blogue «aldrabas e batentes»)
«Recusar-te naquela noite teria sido um crime que nos mataria aos dois; um crime que nunca perdoaríamos a nós mesmos.»
(...)
«Está intacto o que sinto por ti (e o que desejo de ti e o que quero para ti). Logo, o remédio passa por quebrar o que está intacto. Para isso preciso de tomar fôlego (ou deixar passar o tempo, como se costuma dizer). Talvez esta carta me ajude nesse sentido, talvez por isso me tenha comprometido ferreamente a escrevê-la a qualquer preço.»
(...)
«Acredita que estarei sempre contigo (olha, se mais não podes ou queres, toma-me assim em ti como uma espécie de “anjo da guarda”, pois sabes que podes contar sempre comigo, como eu contei contigo tantas vezes e espero continuar a contar). Obrigado por tudo! E perdoa-me os momentos amargos que te dei sem querer. Acredita que a minha porta estará sempre aberta para ti e para tudo o que vier de ti, a qualquer hora.»
(...)
«E grato, quero acabar como comecei: recusar-te naquela noite teria sido um crime que nos mataria aos dois; um crime que nunca perdoaríamos a nós mesmos. Guardemos ao menos isso. Acredito que sim.
Mil Beijos (e que eu nunca te veja triste sempre que te vir)!
Cruz Quebrada, 2 de Abril de 2010 (05.00h)»
* Agora vou ver se ganho coragem par a ir amanhã até Constância.
Acordei recuperado. Música para o almoço? Ei-la!
It's Oh So Cute - The most amazing home videos are here
Cinco horas da manhã.
Meteu chá e torradas,
mas consegui acabar aquilo a que me havia comprometido.
Depois eu explicarei melhor, está bem? Agora vou ver se consigo «ferrar o galho». Estou exausto.
*
estende a tua mão contra a minha boca,
e sente como respiro contra ela,
e sem que eu nada diga,
sente a trémula, tocada coluna de ar
a sorvo e sopro,
ó
táctil, ininterrupta,
e a tua mão sinta contra mim
quanto aumenta o mundo
* *
sou eu que te abro pela boca,
boca com boca,
metido em ti o sopro até raiar-te a cara,
até que o meu soluço obscuro te cruze toda,
amo-te como se aprendesse desde não sei que morte,
ainda que doa o mundo,
a alegria
Herberto Hélder (n. 1930)
(do livro «A Faca Não Corta O Fogo - súmula & inédita»
- Assírio & Alvim, 2008)
Já que se está a falar tanto de submarinos, aproveito…
No passado sábado, o jornal «Público» publicou uma interessante notícia sobre as aquisições de armamento a nível internacional. Por ela ficámos a saber que a Grécia é o quinto maior comprador mundial de armamento.
E quem é o principal fornecedor de armas da Grécia? A Alemanha, o tal Estado-membro da União Europeia que anda tão preocupado com o despesismo grego. Não é interessante a coisa? Claro que é!
E é caso para dizer: se a hipocrisia capitalista pagasse impostos…, talvez o défice se eclipsasse (tal como, segundo os nossos “especialistas”, sucedeu à gripe A)…