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Abr 10

 

 

Não sou, desde já confesso, particular admirador da poesia de Manuel Alegre (mas justo será dizer, igualmente, que não tenho acompanhado até à exaustão a sua obra). Na certeza porém, há um livro deste autor que considero belíssimo, talvez por ser algo diferente (na criação do verso, no ritmo, na metáfora, na temática) daquilo que normalmente associo à poética de Alegre. Esse livro intitula-se «Senhora das Tempestades» e foi editado pelas Publicações Dom Quixote em Fevereiro de 1998.

Estive a relê-lo, de fugida, ontem e hoje. Dele vos deixo aqui um poema.

 

*   *

 

Foz do Arelho

ou

Primeiro Poema do Pescador

 

 

Este é apenas um pequeno lugar do mundo

um pequeno lugar onde à noite cintilam luzes

são os barcos que deitam as redes junto à costa

ou talvez os pescadores de robalos com suas lanternas

suas pontas de cigarro e suas amostras fluorescentes

talvez o Farol de Peniche com seu código de sinais

ou a estrela cadente que deixa um rastro

e na mais.

 

Um pequeno lugar onde Camilo Pessanha voltava sempre

talvez pelo sol e as espadas frias

talvez pela orquestra e os vendavais

ou apenas os restos sobre a praia

«pedrinhas conchas pedacinhos d’osso»

e nada mais.

 

Um pequeno lugar onde se pode ouvir a música

o vento o mar as conjugações astrais

um pequeno lugar do mundo onde à noite se sabe

que tudo é como as luzes que cintilam

um breve instante

e nada mais.

 

                                                          Foz do Arelho, 8.8.96

 

publicado por flordocardo às 17:35
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Não sabem o que são? Não admira, pois acabei de inventar o termo agora. São coisas recentes (mais ou menos). Tais como…

 

1 - A minha mãe gostou da(s) prenda(s);

2 - A minha irmã gostou da(s) prenda(s);

3 - O meu filho esteve em Bilbau e chegou no domingo à noite (amanhã vai para a Batalha);

4 - Parta por onde partir vou organizar a maquete do meu livro até Outubro;

5 - A minha pré-lista de filmes mais que aconselháveis está quase pronta;

6 - Esta semana de trabalho vai ser (em crescendo) lixada.

publicado por flordocardo às 14:36
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publicado por flordocardo às 00:54
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Vladimir Maiakovski (1893-1930), grande poeta russo.

  

 

Já uma vez me referi aqui a este poeta. Mas hoje passam exactamente 80 anos e 7 dias sobre a sua morte, razão pela qual o volto a evocar aqui. E alguns poemas aparecerão em breve...

  

   *

 

«Em New York, uma vez, perguntaram ao poeta se era verdade que ele havia feito para seu governo versos sobre carneiros. Maiakovski respondeu: É preferível escrever sobre carneiros para um governo inteligente do que para carneiros sobre um governo idiota

 

(in «Maiakovski: Vida e Obra», de Fernando Peixoto - 3ª. edição - Rio de Janeiro, Paz e Terra - 1986)

 

*

 «A arte não é um espelho para reflectir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.»

 

*

 «Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceite, desconfio que há falta de amor.»

 

publicado por flordocardo às 00:19

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