25
Abr 10

De «Grace» - um disco de pura magia!

Para fechar este dia de aniversário, não encontrei melhor...

 

publicado por flordocardo às 23:08
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Há um ano atrás, mais ou menos por esta hora, teve início a aventura deste blogue. O barco largou o cais para parte incerta e sem ideia precisa do mar que apanharia pela frente.

 

Um ano de vida e de viagem… e o que vos posso dizer?...

 

Que procurei estar atento e fiel às minhas convicções; que aprendi coisas novas e descobri pessoas novas; que o mundo é incomensuravelmente grande; que pude continuar a surpreender-me - coisa imprescindível a qualquer vida que a si própria se mereça; que pude, talvez, surpreender outros também; que desesperei, chorei e ri.

 

Não sendo tudo, é ainda assim muito. Por estranho que isto possa parecer, acho que ganhei um novo irmão (ou irmã) e que tal facto me ajudou a manter-me vivo em alguns momentos mais difíceis.

 

Deste ano de deriva resultaram até agora 570 posts - incluindo este - e 551 comentários. Ou seja, em média, mais de um post e meio por dia, sucedendo praticamente o mesmo com os comentários (ainda que, entre estes, muitos sejam respostas minhas aos comentários surgidos). Por este prisma, também considero o balanço positivo.

 

Tenho a impressão que falta por aqui, porém, qualquer coisa ainda; algo de indecifrável. Mas talvez seja na realidade a mim que essa coisa falte (sobremaneira neste dia de hoje), e não propriamente ao blogue em si mesmo. A ver vamos.

 

Mas sei que gosto de vos ter por aí - uns mais ocultos do que outros, outros mais visíveis do que outros. E continuarei por aqui enquanto as forças não me faltarem, enquanto este blogue continuar a fazer sentido em mim.

 

Aproveito o ensejo para vos comunicar que repus umas fotografias que havia retirado (ver o post «Falar do Blogue»). Tal como na altura fez sentido “apagá-las”, tenho para mim que agora tal deixou de fazer sentido.

 

Abraça-vos. Renovo os agradecimentos feitos em 25 de Janeiro (no citado post) e acrescento o meu obrigado à «reptos», à «só avulso», à «spaghetti spot» e à «divagar sobre» - cujos respectivos blogues têm sido permanente companhia minha nos tempos mais recentes.

 

Continuemos a viagem. Continuemos o mar.

 

Deixem-me ser testemunho. Deixem-me ser a flor do cardo!

 

publicado por flordocardo às 20:08

 

Este blogue faz hoje anos... 

1ANIVERSARIO.JPG   O tempo passa a correr!

 

Espero que continuem por aí, pois eu já volto. Gozem o sol deste dia e regressem aqui depois das 19 horas, pois será tempo de balanço.

publicado por flordocardo às 11:32

 

 

LIBERDADE


Nos meus cadernos de escola
Na minha carteira e nas árvores
Nos areais e na neve
Escrevo o teu nome

Em todas as páginas lidas
Em todas as páginas brancas
Pedra sangue papel cinza
Escrevo o teu nome

Sobre as imagens douradas
Nos estandartes guerreiros
Tal como na coroa dos reis
Escrevo o teu nome

Nas selvas e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
No eco da minha infância
Escrevo o teu nome

Nas maravilhas das noites
No pão branco dos dias
Nas estações enlaçadas
Escrevo o teu nome

Nos meus farrapos de azul
No pântano sol alterado
No lago luar vivente
Escrevo o teu nome

Nos campos do horizonte
Sobre umas asas de pássaro
Sobre o moinho das sombras
Escrevo o teu nome

Em cada sopro de aurora
Na água do mar e nos barcos
Na serrania demente
Escrevo o teu nome

Na clara espuma das nuvens
Nos suores da tempestade
Na chuva insípida e espessa
Escrevo o teu nome

Nas formas resplandecentes
Nos sinos de muitas cores
Sobre a verdade da física
Escrevo o teu nome

Nas veredas bem despertas
Nos caminhos descerrados
Nas praças que se extravasam
Escrevo o teu nome

Na lâmpada que se acende
Na lâmpada que se apaga
Nas minhas casas unidas
Escrevo o teu nome

No fruto partido em dois
do meu espelho e do meu quarto
Na cama concha vazia
Escrevo o teu nome

No meu cão guloso e meigo
Nas suas orelhas erguidas
Na sua pata sem jeito
Escrevo o teu nome

Na soleira desta porta
Nos objectos familiares
Na língua de puro fogo
Escrevo o teu nome

Em toda a carne que tive
Na fronte dos meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo o teu nome

Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Muito acima do silêncio
Escrevo o teu nome

Nos meus refúgios desfeitos
Nos meus faróis aluídos
Nas paredes do meu tédio
Escrevo o teu nome

Na ausência sem desejo
Na solidão despojada
Na escadaria da morte
Escrevo o teu nome

Sobre a saúde refeita
Sobre o perigo dissipado
Sobre a esperança esquecida
Escrevo o teu nome

E pelo poder da palavra
Recomeço a minha vida
Nasci para te conhecer
Nasci para te nomear

Liberdade

                        Paul Éluard (França, 1895-1952)

 

  

publicado por flordocardo às 03:34
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1 - Fui ontem à sessão pública em prol da iniciativa legislativa de cidadãos que visa revogar o «Acordo Ortográfico» (ou seja, a Resolução da Assembleia da República nº.35/2008); apesar de alguns contratempos, correu bem e aprendi mais coisas sobre o tema. Vou participar na iniciativa e apelo a que o façam também (depois darei mais pormenores).

 

2 - Fiz depois uma digressão das minhas, daquelas sem horário: Lg. da Graça, Miradouro da Nossa Senhora do Monte, Anjos, Intendente, metropolitano, comboio e... casa.

 

3 - Aqui chegado agarrei-me ao blogue, corrigi pequenas coisas, passeei por outros blogues; descobri com alegria que o «reptos» voltou ao activo, assim como o «também quero um blog» (mas continuo preocupado com o «lembra-me» e o «voando por manchester»...). 

 

4 - Era isto que tinha planeado? Não, de todo (era fazer umas compras e umas arrumações, escrever, dar um pulo à praia).

 

5 - Mas agora cama, pois tenho que estar fresco para o aniversário!

publicado por flordocardo às 02:21
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publicado por flordocardo às 01:42
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(Não posso adiar o amor para outro século)


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

 

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
 

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

 

Não posso adiar o coração

 

                                                 António Ramos Rosa

 

(extraído de «Líricas Portuguesas - II Volume», selecção e apresentação de Jorge de Sena - Edições 70, 1983)

 

publicado por flordocardo às 01:41
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