A polícia de Shenzhen, no Sul da China, confirmou ontem o 10º. suicídio na fábrica da «Foxconn». Um operário de 23 anos atirou-se de um dos prédios da unidade fabril. Há denúncias de pressões sobre os trabalhadores no maior produtor mundial de componentes electrónicos, incluindo o iPhone da Apple (mas trabalhando também para a Sony-Ericsson e a Nokia).
Já houve 12 tentativas de suicídio registadas na «Foxconn», em Shenzhen, desde o início do ano, das quais dois operários sobreviveram com ferimentos graves.
O presidente do grupo Hon Hai Precision, de Taiwan, que detém a «Foxconn», diz que a empresa vai estar mais atenta à saúde mental dos seus trabalhadores. Este - o terceiro homem mais rico de Taiwan, com uma fortuna avaliada em 5 mil milhões de euros - defende que os suicídios "poderão estar relacionados com problemas pessoais dos operários"...
Alguns dos 400 mil operários da «Foxconn» disseram aos jornalistas que auferem salários mensais de cerca de 100 euros por trabalharem seis dias por semana e 12 horas por dia.
Cá para mim, o modelo laboral da «Foxconn» certamente encanta gente como Sócrates, Vieira da Silva, Maria Helena André, Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva, Durão Barroso, Vítor Constâncio e António Saraiva, entre outros (e só para me referir a portugueses).