Cerca de 300 mil pessoas na rua no passado sábado, em protesto contra a política do governo. Uma manifestação bem maior do que a verificada em Março último. Algum entusiasmo nos rostos, alguma expectativa também.
Mas ao encerrar a acção, Carvalho da Silva diz que, caso o governo não mude de políticas, a CGTP está disposta a novas formas de luta dentro do quadro constitucional, sem excluir nenhuma delas. Greve geral? Eventualmente implícita, mas nem sequer referida - não vão acusá-lo de radicalismo...
Porém, o mais significativo deste discurso aguardado com expectativa terá mesmo sido o facto de Carvalho da Silva ter manifestado a esperança de que o governo inverta posições… Alguém de bom-senso, algum trabalhador ou trabalhadora portuguesa acredita, sinceramente, em tal possibilidade?!...
Daí que no final desta grandiosa manifestação não poucos rostos manifestassem desânimo; só não viu (e ouviu os seus comentários) quem não quis. Dá que pensar.
O governo nunca teve tão isolado como agora. Todavia, parece que as hesitações da CGTP são as primeiras a favorecer a futura instauração de uma falsa alternativa chamada PSD (partido que continua a subir nas sondagens de opinião)…
Resta-nos continuar a luta contra este estado de coisas, sem desfalecimentos. Caso contrário, a crise será dramaticamente vencida à nossa custa e contra nós.