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Mai 10

 

 

Cerca de 300 mil pessoas na rua no passado sábado, em protesto contra a política do governo. Uma manifestação bem maior do que a verificada em Março último. Algum entusiasmo nos rostos, alguma expectativa também.

Mas ao encerrar a acção, Carvalho da Silva diz que, caso o governo não mude de políticas, a CGTP está disposta a novas formas de luta dentro do quadro constitucional, sem excluir nenhuma delas. Greve geral? Eventualmente implícita, mas nem sequer referida - não vão acusá-lo de radicalismo...

Porém, o mais significativo deste discurso aguardado com expectativa terá mesmo sido o facto de Carvalho da Silva ter manifestado a esperança de que o governo inverta posições… Alguém de bom-senso, algum trabalhador ou trabalhadora portuguesa acredita, sinceramente, em tal possibilidade?!...

Daí que no final desta grandiosa manifestação não poucos rostos manifestassem desânimo; só não viu (e ouviu os seus comentários) quem não quis. Dá que pensar.

O governo nunca teve tão isolado como agora. Todavia, parece que as hesitações da CGTP são as primeiras a favorecer a futura instauração de uma falsa alternativa chamada PSD (partido que continua a subir nas sondagens de opinião)…

Resta-nos continuar a luta contra este estado de coisas, sem desfalecimentos. Caso contrário, a crise será dramaticamente vencida à nossa custa e contra nós.

 

publicado por flordocardo às 23:45

 

*   *

 

(As últimas estruturas estão gastas)

 

As últimas estruturas estão gastas

e é preciso mudá-las,

sobre as mais finas.

 

Desmantelar o ar, por exemplo.

Desmantelar o pensamento.

Mas substituí-los por quê?

 

Há que pôr o ar no lugar do pensamento.

Há que pôr o pensamento no lugar do ar.

 

             Roberto Juarroz (Argentina, 1925-1995)

 

(do livro «Poesia Vertical - Roberto Juarroz» - Antologia, tradução e notas de Arnaldo Saraiva,

Campo das Letras, Editores S.A., Junho/1998)

 

publicado por flordocardo às 20:44
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*

 

«O perigo da cultura

 

      Uma galinha pensava tanto e era tão culta que ganhou uma obstrução interior, deixando de pôr ovos. Mataram-na no dia seguinte.»

  

(do livro «O Senhor Brecht», de Gonçalo M. Tavares – Editorial Caminho, 3ª. edição, 2004)

 

 

publicado por flordocardo às 00:29

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