Eis a ementa para o almoço que o governo está a gizar para
os trabalhadores do Estado das categorias inferiores...
(Sopinha de letras à maneira,
fornecida pela «FOXCONN»)
Eis a ementa para o almoço que o governo está a gizar para
os trabalhadores do Estado das categorias inferiores...
(Sopinha de letras à maneira,
fornecida pela «FOXCONN»)
«Nós queremos uma PT grande, uma PT com escala.»
Sócrates (o português)
«O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.»
Sócrates (o grego)
* *
Mais longe
Continuo deitado
sem dormir
Estou cada vez mais longe do que está perto de ti
Amanhece?
(Cruz Quebrada, 26.05.2010)
António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) não exclui que haja empresas que tenham de fazer novos despedimentos e afirma que não sabe o que é que o sector pode fazer mais para responder à crise.
Não sabe o que há-de fazer mais? Como é que não sabe uma coisa tão óbvia, consagrada em todos os manuais de economia
É despedir mais, homem!!!
(Fosca-se! Onde é que pára o meu machado?...)
O Presidente da República disse esperar que os rendimentos dos mais pobres não venham a ser afectados.
Que "lata", meus caros...
(Fosca-se! Onde é que pára o meu martelo?...)
O governo vai retirar 8 das 20 «medidas anti-crise» que havia criado, dando assim corpo ao «plano de austeridade» (as tais «medidas adicionais») aprovado no Conselho de Ministros de 13 de Maio para baixar o défice.
- O alargamento do subsídio social de desemprego por mais seis meses;
- A redução do tempo de trabalho que dá acesso ao subsidio de desemprego;
- A majoração do montante de subsídio de desemprego para casais desempregados com filhos a cargo;
- O reforço da linha de crédito para apoiar a criação de empresas por parte de desempregados;
- A redução em três pontos percentuais das contribuições das empresas que têm trabalhadores com mais de 45 anos;
- Os apoios aos trabalhadores em lay-off ;
- A requalificação de 5.000 jovens licenciados em áreas de baixa empregabilidade;
- Eliminação do pagamento adicional do abono de família dos 2º,3º,4º e 5º escalões.
- A redução em um ponto percentual dos descontos das empresas que no ano passado tinham salários mínimos ou que ganhavam até 475 euros e que este ano fizeram aumentos de pelo menos 25 euros;
- Os apoios à contratação que equivalem à redução e isenção de descontos para as empresas que contratem jovens, desempregados de longa duração e desempregados com mais de 40 anos de idade;
- Os estágios para desempregados não subsidiados;
- Os apoios para as empresas que contratem os estagiários no final do estágio;
- A moratória para desempregados no pagamento da casa;
- O programa INOV.
«Não vai haver retirada de protecção social aos portugueses. Vamos sim voltar ao que estava em vigor antes das medidas extraordinárias» - disse a ministra do Trabalho aos jornalistas no final da reunião de concertação social onde tais propostas foram apresentadas…
Uma gozação total, não é? Passámos, creio, das «medidas anti-crise» às medidas activas «pró-crise»!
E este será só o primeiro passo...
*
A CANÇÃO DA FOME
Prezado senhor e rei,
Sabes a notícia grada?
Segunda comemos pouco,
Terça não comemos nada.
Quarta sofremos miséria,
E quinta passámos fome;
Na sexta quase nos fomos
- Não se aguenta quem não come!
Por isso vê se no sábado
Mandas cozer o pãozinho,
Senão no domingo, ó rei,
Vamos comer-te inteirinho!
GEORG WEERTH (Alemanha, 1822-1856)
(da antologia «Rosa do Mundo - 2001 Poemas Para o Futuro», edit. Assírio & Alvim)