Digam, digam-me lá:
O amor é uma perdição de encontros ou um encontro de perdidos?
Aqui estou eu prestes a partir para a Feira de S. Pedro, em Torres Vedras, a qual termina no próximo dia 4 de Julho.
Arranca hoje, em Oeiras, a XVIII edição deste Festival. Em destaque está também a inclusão de três novos locais na rede do Sete Sóis Sete Luas: Alfândega da Fé (Trás-os-Montes), Reguengos de Monsaraz (Alentejo) e Azinhaga do Ribatejo.
Deixo-vos o programa relativo a Oeiras.
* *
OEIRAS
Fábrica da Pólvora de Barcarena, 22h00, entrada livre
25 de Junho, Inaki Plaza (País Basco)
Ion Garmendia (País Basco)
2 de Julho, Mercedes Peón (Galiza)
9 de Julho, Eugenio Bennato (Itália)
16 de Julho, Mário Lúcio (Cabo Verde)
23 de Julho, Massimo Laguardia (Sicília)
30 de Julho, Banda del Pepo (Múrcia)
6 de Agosto, Orch. Popolare Italiana (Itália)
13 de Agosto, Les Voix du7Sóis (Mediterrâneo)
20 de Agosto, Maria del Mar (Cadiz, Andaluzía)
27 de Agosto, Rocio Marques (Andaluzía)
3 de Setembro, Kristi Stassinopoulou (Grécia)
Agora que os chispes foram à vida no Parlamento… Bolas!
Agora que os chips foram à vida no Parlamento, falemos do ensino do Português – que foi para isso que coloquei aqui o post antecedente.
De facto, aquele constituiu um mero pretexto (como às vezes costumo fazer) para vos falar de um pertinente livrinho que acabo de comprar. Chama-se «O Ensino do Português» e é da autoria de Maria do Carmo Vieira. Pode ser encontrado aí pelos quiosques e até em supermercados, pela módica quantia de 3,15 euros, se a memória não me falha. É muito interessante, mesmo muito interessante.
Porque desmistifica e critica uma série se conceitos “modernos” e “inovadores” sobre o ensino do Português nas nossas escolas, dando-nos excelentes exemplos e didácticas citações de diversos autores vivos ou já desaparecidos sobre o assunto.
Sem prejuízo de voltar a este livro - que ainda estou a ler -, deixo-vos aqui duas pequenas passagens do mesmo.
*
O que falha, com efeito, na escola actual, que aceita directa ou indirectamente a demissão dos pais do seu papel educativo, é a sua pretensão de levar para a sala de aula o «mundo real», querendo evidenciar-se como sendo a própria vida, em aparente sintonia com os interesses dos alunos, desresponsabilizados da necessidade vital de estudar. Em suma, a escola, como salienta Daniéle Sallenave, já não prepara para a vida, antes espelha um mundo pretensamente real que não é senão uma caricatura de mundo.
*
Essa alegria de uma partilha solidária expressa-a convictamente Séneca numa das suas cartas a Lucílio:
Se a sabedoria só me for concedida na condição de a guardar para mim, sem a compartilhar, então rejeitá-la-ei: nenhum bem há cuja posse não partilhada dê satisfação. (…) cada um de nós ao ser útil aos outros é útil a si mesmo.
Continuem por aí (e comprem este livro - que debruçando-se sobre o ensino do Português, também nos transmite algo mais: saber e princípios).
- «Um santo é um pecador morto, revisto e corrigido.»
- «Covarde: alguém que, numa situação perigosa, pensa com as pernas.»
Ambrose Gwinnett Bierce nasceu a 24 de Junho de 1842, em Meigs County, Ohio, USA. Data de falecimento incerta; provavelmente em Dezembro de 1913 ou 1914, no México (para onde havia partido, ao encontro de revolução mexicana). Foi um acutilante jornalista e escritor, muito satírico e crítico.
O «Dicionário do Diabo», editado por cá pela Tinta da China, merece ser lido.