Lindo (e eu s e m p a l a v r a s ) . . .
* *
O amigo
«Era um rapaz passivo. Aceitava tudo o que vinha dos chefes. Porém, como
era bajulador, incomodava.
Cortaram-lhe a língua: deixou de elogiar.
Depois cortaram-lhe os dedos. Deixou de escrever textos laudatórios.
Foi num desses dias que, com a cabeça a bater numa mesa – em código morse – ele disse, para os seus chefes:
- Mais uma como esta e perdem um amigo.»
(do livro «O Senhor Brecht», de Gonçalo M. Tavares – Editorial Caminho, 3ª. edição, 2004)