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Há um ano atrás, mais coisa menos coisa, o engº. Sócrates prometia criar uma «Conta-Poupança-Futuro» - 200 euros para cada novo bebé. Estava-se já em campanha eleitoral. A crise já aí estava, mas era encarada sem muita importância e com optimismo por Sócrates, sendo que a medida então prometida insuflaria também optimismo entre os casais quanto ao futuro.
E, em boa verdade, estou em crer que um verdadeiro frémito erótico, aproveitando a boleia das férias, terá então percorrido boa parte de Portugal…
Óvulos pestanejantes e com sorrisos de orelha a orelha cativaram, como nunca antes, os espermatozóides azougados e fumegantes!
Agora, todavia, eis que o ministro da Presidência veio dar infaustas notícias ao país: a medida dos 200 euros para cada bebé vai ser «recalendarizada» pelo governo, ou seja, fica lá mais para o futuro…
Os bebés que entretanto nasceram - e cujos respectivos pais julgavam vir a ficar mais ou menos ricos em pouco tempo - apresentam entretanto precoces sinais de depressão. Os pais, por sua vez, dizem-se enganados e pensam vir a formar uma associação. Por outro lado, muitos casais a partir de agora - e segundo as últimas sondagens - encontram-se a discutir se nestas férias hão-de privilegiar mais a cama ou a televisão (até porque o dinheiro disponível não dá para ponderar outras alternativas).
Depressões precoces, associações de incautos e discussões impróprias - eis o que resulta do facto de muitos portugueses terem continuado a votar PS nas legislativas de 27 de Setembro de 2009.
Eu bem lhes disse, a tempo, para medirem bem as consequências de tal acto. Porém…
Talvez seja por tudo isto que milhares de portugueses continuam em fuga do país para o estrangeiro. Procurando - será? - condições de vida e de procriação que não encontram por aqui.