28
Jul 10

 

 

  Endechas a bárbara escrava

Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
que em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.

üa graça viva
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha:
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Presença serena
que a tormenta amansa:
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e, pois nela vivo,
é força que viva.

                                   Luís de Camões

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Marie Benoist, Portrait

publicado por flordocardo às 11:23
tags:

27
Jul 10

 * *

 

Um ananás médio e uma garrafita de espumante (se for champanhe a sério ainda melhor).

Ao sumo do ananás obtido na centrifugadora mistura-se a mesma quantidade de champanhe e açúcar a gosto. Deve servir-se muito frio, mesmo gelado.

Foi uma prima minha que me ensinou a coisa.

Experimente-se!!!

publicado por flordocardo às 14:19
tags:

publicado por flordocardo às 12:12

publicado por flordocardo às 10:49
tags:

26
Jul 10

 

 

Voltemos ao assunto...

 

Nunca percebi porque é que a nossa Constituição tem tantos artigos. Ao todo são 296, se não me falha a memória. A Constituição norte-americana, por exemplo, tem 7 artigos fundamentais e 22 aditamentos…

 

O certo é que, com tanto artigo e constitucionalmente falando, não deviam existir dois milhões de portugueses em estado de pobreza, nem mais de 700 mil desempregados, nem tantas famílias sem habitação condigna, nem tantos atentados ao meio ambiente, nem tanto insucesso e abandono escolar, nem salários de miséria como aqueles de que dispõe a esmagadora maioria dos portugueses…

 

Agora que tanto se está a falar da necessidade de rever a Constituição é preciso dizer que nenhuma das que tivemos até agora, depois de 25 de Abril de 1974, foi cumprida. Nenhuma!

 

Mas posso acrescentar mais: posso afirmar que a Constituição não é para ser cumprida.

 

A Constituição é uma mera formalidade, uma manta de retalhos susceptível de «dar para todos os gostos» (ou, se preferirem, uma folha de parreira)…

 

Por detrás do que fica expresso nos inúmeros artigos da Constituição encontra-se o indizível; ou melhor: o que ela não pode nem deve dizer numa sociedade como a que temos e que não é uma sociedade de iguais.

 

E esse «indizível» constitui precisamente o que está por fazer.  E o que está por fazer, por construir, é uma sociedade onde não haja exploração do homem pelo homem.

 

Daqui resulta que a Constituição devia ser antes uma Declaração de Princípios pela qual pugnar - como se deve fazer com a utopia.

 

Não, não é caso para nos lamentarmos; é caso para actuarmos.

 

Actuemos e, sem rebuço algum, a utopia vencerá!

  

Pode então dizer-se que a verdadeira Constituição, a que realmente interessa, está por fazer. E há-de ser feita - no terreno e no papel -, excelentíssimos senhores deputados da Nação e constitucionalistas de gabinete!

 

publicado por flordocardo às 18:30

 

 

Alguns seres deste país têm andado por aí agitados com a revisão da Constituição, tomando por base as recentes propostas nesse sentido apresentadas pelo PSD.

 

É um facto que eu nunca entendi porque é que a nossa Constituição tem tantos artigos, quando considero que 15 ou 20 bastariam. Mas como isso é assunto que penso abordar depois, eis que, por ora, aqui vos deixo só com uma observação que acho pertinente a este respeito.

 

Quem lançou para a praça pública o tema/problema da revisão constitucional foi um senhor chamado Luís Amado. Por sinal, o sr. Amado é do PS e mesmo ministro dos Negócios Estrangeiros…

 

Pois foi ele que “lançou o barro à parede” quanto à possibilidade de a Constituição da República Portuguesa vir futuramente a contemplar disposição que consagrasse (muito germanicamente, aliás…) limites para o défice. Na verdade, em Maio, o ministro afirmou (a respeito da próxima revisão constitucional): «haverá uma reacção positiva dos mercados se, por exemplo, formalizarmos uma norma travão que crie um limite para o défice e endividamento. Um valor aceitável que não impeça uma resposta adequada em momentos de crise».

 

Eu digo-vos isto só para lembrar, só para vos aguçar o engenho, entendem?...

 

Voltarei ao assunto.

 

publicado por flordocardo às 14:48

Será um stress test?

 

Ficheiro:Newtons cradle animation book.gif

 

Ou um stress stress?

 

Não sei. A minha vida não sai do mesmo sítio.

 

publicado por flordocardo às 14:14
tags: ,

 

 

 

 

Há dois ou três dias fiquei a saber (pela SIC, via Bloomberg) que as reservas de ouro de Portugal atingem as 382 toneladas, ou seja, uma quantia superior a 12 mil milhões de euros.

Boquiaberto, fiquei igualmente a saber que tal verba não pode ser utilizada pelo Estado português, por determinação do Banco de Portugal (ou será do BCE?...).

Na realidade, segundo informou a SIC, as verbas provenientes de qualquer venda das reservas de ouro têm que ser colocadas numa conta própria e somente os juros bancários derivados dessa conta podem vir a dar entrada nos cofres do Estado português e a ser, só então, por ele utilizados.

 

Agradeço informações sobre o assunto. Pode ser?

publicado por flordocardo às 11:40
tags:

24
Jul 10
publicado por flordocardo às 13:58
tags:

publicado por flordocardo às 13:40
tags:

Julho 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9

17

18

25


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO