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Emily Dickinson (1830 - 1886)
Eis, acabadinho de sair e valioso para conhecer a obra desta norte-americana, o livro...
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Emily Dickinson (1830 - 1886)
Eis, acabadinho de sair e valioso para conhecer a obra desta norte-americana, o livro...
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«Liberdade de escolha
Era uma livraria que vendia um único livro. Havia 100 mil exemplares numerados do mesmo livro. Como em qualquer outra livraria os compradores demoravam-se, hesitando no número a escolher.»
Gonçalo M. Tavares
(do livro «O Senhor Brecht» - Editorial Caminho, 2004)
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Ora, não sei porquê, lembrei-me disto a propósito dos discursos da reentré dos vários partidos. Que disse Passos Coelho? Nada. Que lhe respondeu Sócrates? A nada responde-se com nada, obviamente. Que disse Portas? Nada. Que disse Louçã? Nada.
NADA, porque este NADA quer dizer que todos eles se limitaram a formular propostas e propostazinhas, medidas e medidazinhas sem que se vislumbre nelas a mínima ideia sobre o país que acham que temos e sobre o país que acham que devemos ter. Ou seja, parece que a crise não existe nem tem uma dimensão trágica e global - quer para os que trabalham, quer para aqueles que nem emprego conseguem. As reformas, as alterações, os ajustamentos bastam? É tudo uma questão de "boa-vontade" e de voto? É isso, caros senhores?
Não, não é. E eles sabendo isso, todavia isso ocultam.
Com esta gente não há «liberdade de escolha», acreditem.
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Que margens têm os rios
para além das suas margens?
Que viagens são navios?
Que navios são viagens?
Que contrário é uma estrela?
Que estrela é este contrário
de imaginarmos por vê-la
tudo à volta imaginário?
Que paralelas partidas
nos articulam os braços
em formas interrompidas
para encarnar um espaço?
Que rua vai dar ao tempo?
Que tempo vai dar à rua
onde o relógio do vento
pára na hora da lua?
Que palavra é o silêncio?
Que silêncio é esta voz
que num soluço suspenso
chora cá dentro de nós?
Que sereia é o poente,
metade não sei de quê
a pentear-se com o pente
do olhar finito que o vê?
Que medida é o tamanho
de estar sentado ou de pé?
Que contraste torna estranho
um corpo à alma que é?
Natália Correia (1923-1993)
(do livro «As Maçãs de Orestes» - Publicações Dom Quixote, Lisboa, Julho de 1970)
Passam hoje cinco anos sobre a tragédia que o furacão Katrina fez abater sobre Nova Orleães.
Registaram-se 1800 mortos e cerca de 1,5 milhões de desalojados. Os últimos dados mostram que perto de 100 mil cidadãos abandonaram a sua cidade depois da catástrofe, instalando-se noutros locais dos EUA.
É sabido que mais do que o furacão em si mesmo, o que provocou a tragédia naquela histórica cidade norte-americana foi a política de incúria e de ganância das sucessivas administrações, tanto a nível central como a nível regional. A prova está em que as populações sobremaneira atingidas foram exactamente as mais pobres de Nova Orleães.
Porém, cinco anos depois, verifica-se que os mais ricos continuam a sê-lo; e que o centro da cidade está praticamente recuperado, mas os seus subúrbios não...
O poder do dinheiro continua a mandar e a ser lei. Sem Obama e com Obama...
Nos primeiros seis meses deste ano, os cinco maiores bancos portugueses embolsaram 7,7 milhões de euros por dia só em "comissões". Por dia!!!
Por outro lado, em 2009 a banca portuguesa (segundo dados fornecidos pela própria Associação Portuguesa de Bancos) pagou menos 40 por cento de impostos do que no ano anterior. Menos 40 por cento!!!
Estão a ver como a crise impõe sacrifícios “a todos”?...
1. Isto anda muito calminho desde que regressei ao trabalho. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Se querem saber, isto não me está a agradar…
2. Ontem tive um ataque (de ansiedade?), lá para o final da tarde. Quis apagar umas fotos e umas mensagens do meu telemóvel. Nada. Uma parte de mim dizia “sim”, outra parte dizia “não”. Até vi estrelinhas! E foi “não”. Continua tudo na caixinha (e ainda estou assim meio a ver estrelinhas).
3. Depois fiquei meio fulo. Sempre usei o óleo «Fula», mas agora estou a ponderar mudar de marca. Os tipos prometem agora fritos sem cheiro a fritos… Desculpem lá, mas (que é que querem?) a coisa não me cheira…
4. A coisa talvez não fosse tão grave caso eu não tivesse visto pela hora de almoço alguém na televisão a falar de kiwis, uvas, melancias e melões sem sementes, porém mais doces. Mas então a bosta do açúcar não fazia mal? E que mal nos fizeram as sementes, as grainhas e as pevides para as exterminarmos?!... É nisto que trabalha com afinco o Instituto Superior de Agronomia?!... O ISA não tem mais nada de útil p’ra fazer?!...
5. Entretanto, apareceram-se uns IMIs p'ra pagar...
6. Pois é… Depois dizem-me que estou a azedar… O que vale é que vem aí um novo fim-de-semana!