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Set 10

 

(também já tem uns bons anos em cima; e a saga continua...)

 

publicado por flordocardo às 18:44
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*  * 

 

Nesta última tarde em que respiro 

 

Nesta última tarde em que respiro
A justa luz que nasce das palavras
E no largo horizonte se dissipa
Quantos segredos únicos, precisos,
E que altiva promessa fica ardendo
Na ausência interminável do teu rosto.
Pois não posso dizer sequer que te amei nunca
Senão em cada gesto e pensamento
E dentro destes vagos vãos poemas;
E já todos me ensinam em linguagem simples
Que somos mera fábula, obscuramente
Inventada na rima de um qualquer
Cantor sem voz batendo no teclado;
Desta falta de tempo, sorte, e jeito,
Se faz noutro futuro o nosso encontro.

                                          António Franco Alexandre (n. 1944)

(do livro «Uma fábula» - Assírio & Alvim Editores, 2001)

 

publicado por flordocardo às 12:28
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