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BOM CONSELHO
Põe sempre os nomes aos bois
Nas histórias que contares.
Ou logo os burros depois
Se queixam de os retratares:
“Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu!
Se estas são minhas guedelhas!
Ai este burro sou eu!
Não me nomeie ele embora,
Toda a Pátria vai agora
Saber-me por burro, hin-hã!
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!”
- Quiseste a um burro poupar…
Logo doze hão-de zurrar.
Heinrich Heine (Alemanha, 1797-1856)
(do livro «Poesia de 26 Séculos» - Antologia organizada por Jorge de Sena - Asa,2001)