27
Out 10

 

*

 

Saída. Fim de tarde. Já ontem foi assim: declina o sol com uma luz tremenda, ilumina a ouro o ouro das árvores.

Quanto ao mais… Tenho tanta coisa para fazer e não sei que fazer da minha vida.

Apesar disto, algo de curioso, estranho e ao mesmo tempo fascinante tem sucedido nos últimos dias. Foram três encontros casuais e sucessivos com antigos companheiros de escola. Um, na Rua do arsenal; outro, na Rua do Ouro; o último, num restaurante em Algés, na passada segunda-feira. Todos me reconhecem (eu não), todos sabem o meu nome (eu não sei o deles), todos se lembram de mim por uma qualquer razão particular: os poemas que eu escrevia, os livros que eu lia e lhes dava a ler, uma festa de anos, coisas assim e outras que nem sei  - e, provavelmente, nunca chegarei a saber.

Há nisto algo que me espanta, me perturba e encanta ao mesmo tempo (não acham compreensível?). E até já dei por mim a pensar que, por qualquer motivo se estão a despedir de mim (o que é um pouco tétrico, convenhamos), e/ou me agradecem algo que eu nunca tive a consciência de lhes dar, mas que efectivamente lhes terei dado.

Seja como for, o que vou eu fazer da minha vida? Como vou carregá-la para diante? Em boa verdade, talvez isso interesse muito pouco, agora que declina o sol com uma luz tremenda.

 

(Nota - «declina o sol com uma luz tremenda» era suposto, inicialmente, ser o primeiro verso de um poema a escrever; mas deu nisto.)

 

Lisboa, 26.10.2010 (18.40h)

 

 

publicado por flordocardo às 17:58
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publicado por flordocardo às 12:52
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*  *  *

 

Tenho andado à nora, procurando um só termo, uma só palavra susceptível de definir o discurso de anúncio de recandidatura de Cavaco Silva à Presidência da República.

Finalmente encontrei essa única palavra (que, apesar do discurso ter sido longo, julgo merecida): GROTESCO.

 

Continuem por aí.

 

publicado por flordocardo às 00:53

26
Out 10

 

Apesar de isto andar mal (ou por isso mesmo), eis o almocinho que me está a apetecer: Sopa de cação.

 

 

Ingredientes

  • 600 g de posta de cação
  • 1 l de água
  • 1,3 dl de azeite
  • 3 dentes de alho
  • 1 raminho de coentros
  • 4 colheres (sopa) de farinha
  • 1 colher (sopa) de vinagre
  • 4 falias de pão caseiro
  • sal e pimenta q.b.

Preparação

 

Coza as postas de cação em um litro de água com o azeite. Entretanto, faça uma pasta, esmagando os dentes de alho com os coentros, sal e pimenta. Dilua a farinha em três decilitros de água e no vinagre. Tire as postas de peixe e, ao caldo que ficou, adicione a pasta anterior e a farinha diluída. Mexa até começar a ficar com aspecto cremoso. Coloque as postas de cação em tigelas, assim como as fatias de pão, e verta-lhes o caldo por cima.

 

(isto dará para 2 a 3 pessoas) 

 

publicado por flordocardo às 12:33
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   Será hoje que se fará luz em São Bento entre Teixeira e Catroga?

 

 

       (Ganda folhetim!)

 

publicado por flordocardo às 12:00

25
Out 10

publicado por flordocardo às 10:53
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*

 

Domingo totalmente passado em casa. Pois… Estou doente e ainda não sei bem o que é que isto seja (nem o médico).

Agora vou ver se consigo dormir.

Não estranhem se por acaso o volume de posts diminuir.

Mas continuem a passar!

 

(a entrevista ao Bocage está atrasadíssima, é claro)

 

publicado por flordocardo às 02:12
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24
Out 10

 

*   *

  

(O amor é uma companhia)

 

O amor é uma companhia.

Já não sei andar só pelos caminhos,

Porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa

E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.

E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.

Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.

Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

 

(1930)

                                                                          Alberto Caeiro

 

(do livro que me ofereceram pelos meus anos, «Fernando Pessoa - Poesia - Heterónimos» - Porto Editora, Setembro/2010)

 

 

publicado por flordocardo às 19:25
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23
Out 10

 

*   *

 

Estou triste. Li a entrevista de Cavaco Silva ao «Expresso», onde aquele afirma estar triste com a actual situação do país.

Se ele está eu também estou. Ele é o Presidente da República - caramba! - e eu sou um tipo solidário, sabem? 

 

(É preciso uma lata...)

 

 

publicado por flordocardo às 22:15

 

(Tomem em atenção este disco - um encontro feliz entre músicos de Cuba e do Mali)

 

publicado por flordocardo às 16:02

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