28
Dez 10

 

          *  *  *

 

Não digas mal dos «mercados». Muito menos dos credores!

Não ouviste o Presidente?!...

publicado por flordocardo às 17:39

 

*

 

O tempo vive

 

O tempo vive, quando os homens, nele,
se esquecem de si mesmos,
ficando, embora, a contemplar o estreme
reduto de estar sendo.
O tempo vive a refrescar a sede
dos animais e do vento,
quando a estrutura estremece
a dura escuridão que, desde dentro,
irrompe. E fica com o uivo agreste
espantando o seu estrondo de silêncio. 

                                             Fernando Echevarría (n. 1929)

 

(do livro «Sobre os Mortos» - 1991)

 

 

publicado por flordocardo às 00:37
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27
Dez 10

 

*  *

«O Polvo é que andava muito deprimido. Então não é que, em Terra, o consideravam um peixe mafioso, em virtude dos seus tentáculos?... Ele que nunca tinha estado minimamente ligado à Mafia. Era uma grande injustiça, uma calúnia pela qual ia pedir uma indemnização em tribunal. O seu advogado, o Pargo Legítimo, pedia ainda uma pena de dois meses de conserva em molho de tomate para todos aqueles que fossem apanhados a chamar "polvo" a qualquer associação de malfeitores. Quanto a este processo, estou convencido de que o polvo vencerá, porque um polvo unido jamais será vencido.
Ainda por cima, o Polvo é conhecido no mar alto precisamente por ser o oposto do mafioso. Está certo que se serve dos seus tentáculos para almoçar, mas, fora das refeições, cada um daqueles oito braços são o instrumento da gentileza, da bondade e da dedicação ao trabalho. Eles servem sobretudo para cumprimentar, acariciar, dar, distribuir, fazer coisas, para o que não tem mãos a medir. No mar alto, chamar polvo a alguém é um elogio. Ser um polvo significa ser uma jóia de pessoa. Trabalhar que nem um polvo significa trabalhar muito.
Como devem calcular, o Polvo é muito solicitado para todo o tipo de trabalhos manuais, especialmente reparações e mudanças. Com os seus oito braços, ele consegue executar simultaneamente várias tarefas. A última vez que o tive cá em casa, arranjou-me ao mesmo tempo o esquentador e a televisão, enquanto atendia o telemóvel e fumava dois cigarros. Sim, imaginem, dois cigarros. Um deles era um daqueles cigarros medicinais para deixar de fumar.»

 

                                                                                             ANTÓNIO POCINHO

(Excerto de «Quanto custa criar uma sardinha» - Edições Fenda, 1999)

 

publicado por flordocardo às 12:51
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Resposta ao discurso de Natal do engº. Sócrates, com o qual o mesmo formalizou um novo programa de governo para 2011, chamado «austeridade»...

 

publicado por flordocardo às 00:04

26
Dez 10

 

*  *

 

Que porra de sumiço deram este ano às filhózes (estendidas e com cauda)?

 

Ficheiro:Doce filhos.jpg

 

Dão-se alvíssaras!

 

publicado por flordocardo às 18:26
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*  * 

 

Vale a pena visionarem isto.

E tu, CP, obrigado por partilhares comigo este achado, sobre a evolução da riqueza das nações!

 

http://www.flixxy.com/200-countries-200-years-4-minutes.htm

 

 

publicado por flordocardo às 17:10

25
Dez 10

 

*    *

 

HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM

 

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

 

                                        Alexandre O'Neill (1924-1986)

 

(do livro «No Reino da Dinamarca» - Guimarães Editores, 1958)

publicado por flordocardo às 22:05
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publicado por flordocardo às 02:06
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24
Dez 10

 

*

 

Então um Bom Natal para todos os passantes por aqui!

 

publicado por flordocardo às 00:04

23
Dez 10

 

*    *    *

 

 

Querido Pai Natal:

 

Venho interceder junto de ti para que fales com o São Pedro, pois ele não responde aos meus e-mails e às minhas sms.

 

Este tempo está intragável. Isto não é vida para ninguém… Para que tenhamos um Natal melhor, dá-lhe uma palavrinha, ok?

 

Ora faz sol, ora chove; se não chove, faz frio; se vem o frio, acresce o nevoeiro; levanta o nevoeiro, vem a chuva. Nevar? Sempre era diferente, mas está quieto, ó preto… Quem é que aguenta isto?!... Um tipo sai de casa sem saber de deve levar para a rua um gorro, um chapéu de chuva ou um limpa pára-brisas...

 

Isto é pior que cuspir na sopa! Isto é pior que a Júlia Pinheiro a guinchar! Isto é pior que a «Casa dos Segredos»! Isto é pior do que a Vitória já não sobrevoar o relvado do SLB! Isto é pior que o BPN a pedir ao Estado um novo acréscimo de capital! Isto é pior do que o Pinóquio a dizer: «Está tudo bem, eu nunca vos menti e vou salvar-vos do FMI.»

 

Peço-te por tudo: dá uma palavrinha ao teu amigo São Pedro e vê se ele equilibra este tempo. E, se tiveres tempo, livra-me daquelas coisas do parágrafo anterior para o próximo ano. Podes não colocar mais nada no meu sapatinho, mas faz uma forcinha para me livrares daqueles mostrengos (e mais ainda da Fátima Lopes, do Lacão, da Lili Caneças, do Carreira, do Cavaco…)

 

Conto contigo!

Abração e Felicidades!

 

(P.S. – Já sabias que o Tribunal de Menores ordenou a entrega do Menino Jesus ao pai biológico? O mundo está perdido, digo-te eu…)

 

publicado por flordocardo às 15:36
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