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O primeiro submarino Tridente chegado a Portugal está a reparar no Alfeite. Consta que dentro dos próximos dias vai ficar impecável. Segundo um responsável da Marinha, o dito cujo tem «um problema de juventude» nas placas exteriores de revestimento...

Cum caneco! Podia ser «um problema de velhice», mas não...

Pois é... Se a burguesia que temos for tão boa a vender a chamada «dívida soberana» como é a comprar submarinos, então estamos safos na boa!...

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Eu já tinha dito que não ia votar em nenhum dos actuais candidatos a PR. Mas, pensando melhor, mais friamente…

Eu não quero ver Cavaco Silva reeleito (nem à primeira, nem à segunda volta das eleições presidenciais). Se dúvidas existissem a este respeito na minha cabeça, as tropelias demagógicas e falsas cometidas pelo PR nas últimas semanas teriam acabado por as desfazer.

Assim, na situação actual, só me resta a alternativa de votar na candidatura de Alegre. Os votos em branco, os nulos ou mesmo a abstenção não contam para estas contas, pois só os votos expressos numa das candidaturas irão decidir de facto alguma coisa.

Cavaco representa a direita sem disfarces. Cavaco não foge à regra de todos os Presidentes nos seus segundos mandatos: a de conspirarem contra os governos que não representam a sua cor política…

Mas eu não quero o actual governo reaccionário do engº. Sócrates derrubado por Cavaco, Passos Coelho e Portas; quero-o isolado e derrubado pela força do movimento operário e popular, pois só por aí se pode vir a constituir um governo do povo e para o povo.

É por isto que a reeleição de Cavaco seria um desastre. É por isso que votar Manuel Alegre é a alternativa correcta na situação actual (apesar de todas as hesitações e algumas incoerências do candidato em questão).

Eleger Alegre permitirá aos trabalhadores portugueses ganharem forças, enquanto reeleger Cavaco será “colocar os ovos todos no mesmo cesto” (o cesto da direita mais retrógada). É no interesse de conjunto da luta dos trabalhadores portugueses contra a exploração que há que pensar em primeiro lugar neste momento. E vendo as coisas assim…

Meus caros: mesmo não me revendo em algumas das suas posições, eu vou (e não vou triste) votar Alegre!  

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Lembra-te

Lembra-te

que todos os momentos

que nos coroaram

todas as estradas

radiosas que abrimos

irão achando sem fim

seu ansioso lugar

seu botão de florir

o horizonte

e que dessa procura

extenuante e precisa

não teremos sinal

senão o de saber

que irá por onde fomos

um para o outro

vividos

                           Mário Cesariny (1923-2006)

(do livro «Pena Capital» - 1957)