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«Não é fácil ver um homem infeliz por não prestar atenção ao que se passa na alma de outrem. Mas os que não observam os movimentos da própria alma, esses são fatalmente uns desgraçados.»
Marco Aurélio
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«Não é fácil ver um homem infeliz por não prestar atenção ao que se passa na alma de outrem. Mas os que não observam os movimentos da própria alma, esses são fatalmente uns desgraçados.»
Marco Aurélio
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COM QUE VOZ |
Alain Oulman e Amália Rodrigues - a história em documentário.
Estreado no DocLisboa 2009, onde arrecadou o prémio de Melhor Primeira Obra, COM QUE VOZ, de Nicholas Oulman chega às salas de cinema portuguesas no próximo dia 27 de Janeiro. Documentário biográfico sobre Alain Oulman e sobre a sua estreita relação artística com Amália Rodrigues, o documentário é também um retrato social e politico de Portugal nas décadas de 60 e 70 do século XX. O homónimo e recentemente reeditado álbum de Amália Rodrigues Com que Voz foi o primeiro disco em que a composição dos temas era exclusivamente assinada por Oulman. Gravado em apenas duas noites, o álbum foi editado pela primeira vez em Janeiro de 1970. Agora chega-nos o documentário que nos revela esses tempos. A ver.
SINOPSE Alain Oulman nasce em Lisboa em 1928 no seio de uma família judaica tradicional de origem francesa. Era um apaixonado por livros, por música e por Amália Rodrigues, com quem colaborou de uma forma duradoura e muito próxima. Perseguido pelo regime de Salazar e mais tarde exilado em França, Alain Oulman foi um dos grandes responsáveis por trazer para a música de Amália nomes grandes da literatura como Luis de Camões, Alexandre O’Neill, Pedro Homem de Melo ou David Mourão Ferreira. Oulman parece ter vivido várias existências - todas elas brilhantes - que neste filme realizado por Nicholas Oulman, seu filho, nos são agora passíveis de finalmente conhecer. |
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Com 52,93% dos votos, Cavaco Silva foi reeleito.
Derrotou Manuel Alegre, 19,75%; Fernando Nobre, 14,11%; Francisco Lopes, 7,14%; José Coelho, 4,50%; e Defensor Moura, 1,57%. A abstenção atingiu 53,47%. Votaram 4.490.046 cidadãos, dos quais 191 mil em branco e 86 mil com voto nulo.
No distrito de Lisboa, Cavaco não passou dos 48,5%. Entre a primeira eleição e a reeleição Cavaco perdeu mais de meio milhão de votos; conseguiu o feito de ficar aquém da votação de Jorge Sampaio em 2001...
Alegre só se pode queixar, creio eu, dos (não)apoios que teve no seio do PS e do BE.
Os factos provaram que só Alegre estava em condições de impôr uma 2ª. volta a Cavaco nestas eleições.
A vitória frouxa de Cavaco, por sua vez, não impediu o mesmo de, ressabiado, falar em “calúnias” e de ameaçar com uma “magistratura activa” a partir de agora…
Creio que Cavaco se assumiu claramente, a partir deste acto eleitoral, como o chefe-de-fila de toda a direita portuguesa (contra Sócrates e mesmo o próprio Passos Coelho).
Talvez volte ao assunto.
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Agora tenho de escrever o poema
porque nada está escrito. E o que se acaba não acaba
e os temas todos são o mesmo tema
e todas as palavras uma só palavra.
Qual ela seja ao certo ninguém sabe
mas algures estamos nela e ela em nós.
E nela cabe a vida e nela cabe
o que depois da vida não tem voz.
(Entre Lisboa e Foz do Arelho, 3-6-2006)
Manuel Alegre (n. 1936)
(do livro «Doze Naus» - Publicações Dom Quixote, Lisboa/2007)
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Respira comigo
ouve o sopro do vento
Respira
Bafo
frio
bafo
frio
Consegues escutar o sopro do vento?
(Parede, 23.01.2011)
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Ora vamos lá votar!
Depois de um coelho à caçadora, lá vou eu votar em Manuel Alegre.
E bem vistas as coisas, também não é todos os dias que se vota num poeta e ficcionista, não acham?