* *
O PORTO (*)
Sob o ventre dos barcos lençóis de água
em ondas por dentes alvos laceradas.
Chaminés suspirando como se corresse
pelos tubos de bronze amor e incontinência.
Juntavam-se os barcos nos cais de chegada
ao mamilo vasto da sua mãe de ferro.
Nas orelhas moucas dos vapores
abrasavam os brincos das âncoras.
(1912)
Vladimir Maiakovski (Rússia, 1894-1930)
(*) Neste poema registam-se impressões do porto de Nikoláevski.
(do livro «Obras de Maiakovski – Volume I: Eu Próprio - Poesia 1912/1916» - Editora Vento de Leste, Abril/1979)