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(escrevo o que ainda conheço)
escrevo o que ainda conheço
nomes de ruas pássaros árvores
monólogos de quem ainda fala alto
é a minha voz ou a tua?
como se tudo fosse uma metáfora sem fim
lá fora a chuva confunde-se com gestos
falamos do tempo, ponte entre o silêncio e o nada
ouve, quando não fores capaz de falar, toca-me
Maria Sousa
(extraído da colectânea «Resumo - a poesia em 2010» - Assírio & Alvim, 2011)