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Até parece mentira... Este blogue faz hoje dois anos de vida.
E tanta água passou sob esta ponte...
É verdade: dois anos passaram.
Ao fim do primeiro ano existiam por aqui 570 posts e 551 comentários. Ou seja, em média, mais de um post e meio por dia, sucedendo praticamente o mesmo com os comentários. Transcorrido mais um ano, eis que os posts subiram para 1382 (incluindo este) e os comentários para 3412. Positivo? Acho profundamente que sim.
E foram águas turbulentas as que por aqui passaram? Foram. Mesmo por entre o sorriso e o riso que, por vezes, aqui viram a luz do dia.
Todavia, considero que continua a valer a pena.
Fiquem bem e continuem por aí!
(PS - Se tudo correr como o previsto, pelas 9 horas lá vou eu a caminho de Constância)
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Em paisagens humanas importa-me distinguir a sede dos olhos que
ainda procuram.
Patrícia Baltazar
(extraído da colectânea «Resumo - a poesia em 2010» - Assírio & Alvim, 2011)
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(escrevo o que ainda conheço)
escrevo o que ainda conheço
nomes de ruas pássaros árvores
monólogos de quem ainda fala alto
é a minha voz ou a tua?
como se tudo fosse uma metáfora sem fim
lá fora a chuva confunde-se com gestos
falamos do tempo, ponte entre o silêncio e o nada
ouve, quando não fores capaz de falar, toca-me
Maria Sousa
(extraído da colectânea «Resumo - a poesia em 2010» - Assírio & Alvim, 2011)
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Consoantes átonas
Emudecer o afe(c)to português?
Amputar a consoante que anima
a vibração exa(c)ta
do abraço, a urgência
tá(c)til do beijo? Eu não nasci
nos Trópicos; preciso desta interna
consoante para iluminar a névoa
do meu dile(c)to norte.
Inês Lourenço (Porto, 1942)
(da colectânea «Resumo - a poesia em 2010» - Assírio & Alvim, Março/2011)