31
Mai 11

 

*   *   *

 

Notícia? Parece de que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão apreensivos com os atrasos do executivo de Lisboa na concretização do acordo de assistência financeira, designadamente no que respeita ao atraso na nomeação de um alto-comissário para a direcção da execução do acordo imposto pela troika.

 

Será isto notícia? Não creio. E não creio pela simples mas determinante razão de que as medidas consagradas no dito acordo não têm pernas para andar, nem com alto-comissário, nem sem alto-comissário!

Ainda não perceberam que o povo português não está disposto a pagar uma dívida que não é sua?

Será que ainda que não perceberam que uma coisa é celebrar um acordo vende-pátrias e outra radicalmente diferente, bem mais difícil, é conseguir aplicar um tal acordo?

Os resultados eleitorais do próximo domingo (mas também tudo aquilo que se seguirá a esse acto) irão comprová-lo de forma inapelável.

 

Para que não haja dúvidas algumas a este respeito, eu dia 5 vou votar PCTP, contribuir para um aumento substancial da sua votação e para a eleição de Garcia Pereira. Por coerência e por convicção!

Será que vós, aí desse lado, me acompanhais neste rumo, ao menos para que no futuro Parlamento a voz dos que se recusam a ser cobaias de uma política de mais desenfreada exploração e opressão se possa fazer ouvir?

 

Em matéria de política, nada existe de mais degradante do que a resignação e a desistência. Ou aceitarmos ser cavalgados por quem nos rouba e humilha. Lutemos. Portugal tem futuro!

 

publicado por flordocardo às 22:14

30
Mai 11

 

*  *

 

 

Este acto eleitoral que agora entre na sua recta final constitui uma fraude, pois decorre sob chantagem. Essa chantagem está inscrita no acordo celebrado entre o Governo de Sócrates, o PSD e o CDS-PP (acordo que, pelo vistos e afinal, até tem uma outra “versão” mais “precisa” e “objectiva”, que foi aquela aprovada pelo chamado Ecofin, em Bruxelas…)!

 

Entretanto, PS, PSD e CDS-PP praticamente deixaram de falar daquele acordo. Falam agora no “respeitar dos compromissos assumidos” e, para enganar papalvos, na “defesa do Estado Social”.

 

Mas qualquer cidadão consciente percebe que a chantagem permanece: ou dobras a espinha e aceitas as medidas inscritas no acordo, ou então…

 

A burguesia joga com o medo. Quer que fujamos da realidade através de um mero instinto de sobrevivência, mas o qual nos condenará a não ter futuro. Compete-nos não fugir, mas sim enfrentar o problema, ou seja, não ceder à chantagem.

 

A consequência de uma tal atitude só pode passar por recusar firmemente o voto aos partidos do poder, especialmente ao PS, ao PSD e ao CDS-PP! Fazer o contrário será espetar uma faca nas nossas próprias costas!

 

Chegado aqui…

 

«Não é por as coisas serem difíceis que não temos ousadia. É por não termos ousadia que as coisas são difíceis».

 

                                                                                                         Séneca

 

Continuem por aí enquanto eu vou melhorando.

 

publicado por flordocardo às 09:11

29
Mai 11

publicado por flordocardo às 07:32
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28
Mai 11

 

*

 

Estou vivo. A operação correu pelo lado melhor.

Veremos o que segue.

 

 

publicado por flordocardo às 17:14
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24
Mai 11
publicado por flordocardo às 00:58
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*

 

Horas intensas, intensas a destes últimos dias. Contraditórias (e mal dormidas, contra tudo o que seria desejável). Mas as últimas, as últimas dessas horas, sobretudo as de ontem, acho que apaziguaram o meu estado de espírito.

Houve pequenas coisas (grandes) - umas que busquei, outras que vieram ter comigo - que me ajudaram a levantar o ânimo.

Venha a faca!

Durante o meu sono, lutem como se eu tivesse ao vosso lado! Lutem!

Em conto regressar para vos abraçar sem medo ou pudor algum!

publicado por flordocardo às 00:31
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23
Mai 11

 (Sócrates, Passos Coelho e Portas desesperados - ainda que habilmente disfarçados)

publicado por flordocardo às 13:41

 

*
 
1º. Manifesto do Rossio
 
Os manifestantes, reunidos na Praça do Rossio, conscientes de que esta é uma acção em marcha e de resistência, acordaram declarar o seguinte:
Nós, cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas, unidas pela indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável, ocupámos as nossas ruas. Juntamo-nos assim àqueles que pelo mundo fora lutam hoje pelos seus direitos frente à opressão constante do sistema económico-financeiro vigente.
De Reiquiavique ao Cairo, de Wisconsin a Madrid, uma onda popular varre o mundo. Sobre ela, o silêncio e a desinformação da comunicação social, que não questiona as injustiças permanentes em todos os países, mas apenas proclama serem inevitáveis a austeridade, o fim dos direitos, o funeral da democracia.
A democracia real não existirá enquanto o mundo for gerido por uma ditadura financeira. O resgate assinado nas nossas costas com o FMI e UE sequestrou a democracia e as nossas vidas. Nos países em que intervém por todo o mundo, o FMI leva a quedas brutais da esperança média de vida. O FMI mata! Só podemos rejeitá-lo. Rejeitamos que nos cortem salários, pensões e apoios, enquanto os culpados desta crise são poupados e recapitalizados. Porque é que temos de escolher viver entre desemprego e precariedade? Porque é que nos querem tirar os serviços públicos, roubando-nos, através de privatizações, aquilo que pagámos a vida toda? Respondemos que não. Defendemos a retirada do plano da troika. A exemplo de outros países pelo mundo fora, como a Islândia, não aceitaremos hipotecar o presente e o futuro por uma dívida que não é nossa.
Recusamos aceitar o roubo de horizontes para o nosso futuro. Pretendemos assumir o controlo das nossas vidas e intervir efectivamente em todos os processos da vida política, social e económica. Estamos a fazê-lo, hoje, nas assembleias populares reunidas. Apelamos a todas as pessoas que se juntem, nas ruas, nas praças, em cada esquina, sob a sombra de cada estátua, para que, unidas e unidos, possamos mudar de vez as regras viciadas deste jogo.
Isto é só o início. As ruas são nossas.

(Passei por lá ontem. A evolução dos acontecimentos pode ser acompanhada em  acampadalisboa.wordpress.com )
 
 
publicado por flordocardo às 02:16

22
Mai 11

 

 

 

publicado por flordocardo às 12:28

 

 

 *   *

Elegia da lembrança impossível 

O que não daria eu pela memória
De uma rua de terra com baixos taipais
E de um alto ginete enchendo a alba
(Com o poncho grande e coçado)
Num dos dias da planície,
Num dia sem data.
O que não daria eu pela memória
Da minha mãe a olhar a manhã
Na fazenda de Santa Irene,
Sem saber que o seu nome ia ser Borges.
O que não daria eu pela memória
De ter lutado em Cepeda
E de ter visto Estanislao del Campo
Saudando a primeira bala
Com a alegria da coragem.
O que não daria eu pela memória
Dos barcos de Hengisto,
Zarpando do areal da Dinamarca
Para devastar uma ilha
Que ainda não era a Inglaterra.
O que não daria eu pela memória
(Tive-a e já a perdi)
De uma tela de ouro de Turner,
Tão vasta como a música.
O que não daria eu pela memória
De ter sido um ouvinte daquele Sócrates
Que, na tarde da cicuta,
Examinou serenamente o problema
Da imortalidade,
Alternando os mitos e as razões
Enquanto a morte azul ia subindo
Dos seus pés já tão frios.
O que não daria eu pela memória
De que tu me dissesses que me amavas
E de não ter dormido até à aurora,
Dissoluto e feliz.

                                                  Jorge Luis Borges (Argentina, 1899-1986)
(tradução de Fernando Pinto do Amaral)
in «A Moeda de Ferro»)

publicado por flordocardo às 12:16
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