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ARIDEZ
Nos dias áridos
ainda crescem os frutos
Basta ver as árvores
suas raízes
(Parede, 20-05-2011)
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ARIDEZ
Nos dias áridos
ainda crescem os frutos
Basta ver as árvores
suas raízes
(Parede, 20-05-2011)
Em política, o esquecimento (tal como a ignorância) não é bom conselheiro.
E como apesar de isto estar difícil, o certo é que a vida continua e a política está na rua, aqui fica esta lembrança de plena actualidade.
Para que não se esqueça; e para que se actue.
A verdade pode ser abafada, mas podem crer que nunca morre.
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«A dívida pública externa do Estado português não é, nem de perto nem de longe, o principal problema do nosso povo. O problema fundamental do povo trabalhador é derrubar o capitalismo e edificar o socialismo. O resto é música.
(…)
O endividamento crescente do país é o resultado de uma política capitalista de exploração e opressão, é o resultado de uma política de submissão aos interesses dos monopólios estrangeiros. A única contra-medida eficaz é o repúdio da dívida e a adopção de uma política externa independente e patriótica e de uma política económica nacional e popular que assente na nacionalização dos sectores básicos da economia (…) e no lançamento de um novo sistema económico baseado nos nossos recursos e riquezas, no trabalho nacional, na planificação, no controlo operário, com vista à edificação da sociedade socialista.
(…)
A questão da dívida externa pode constituir para o eleitor uma pedra de toque na presente campanha eleitoral. Porém, em sentido inteiramente contrário ao sentido que lhe querem dar os partidos da ordem. É que todo o partido que se proponha pagar essa dívida externa deve ser considerado um partido anti-popular e anti-patriótico, um partido ao serviço do imperialismo, do social-imperialismo e da reacção mundial. Os empréstimos foram contraídos pelos capitalistas e seus agentes nos sucessivos governos. Que os capitalistas paguem a dívida, é com eles. Agora, que não a paguem e pretendam fazer o povo pagá-la, é já com os trabalhadores. O povo português não deve nada a ninguém. Não tem, pois, que pagar nada. Tem é que exigir que lhe seja restituído o produto do roubo e da exploração a que diariamente é submetido nos campos e nas fábricas.»
Arnaldo Matos
(excertos de um artigo escrito para o jornal «Expresso» de 9 de Abril de 1983 e por este então censurado)