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Ontem, no Rossio, em Lisboa...
Assim que a poeira assentar voltarei a este protesto popular que esteve vários dias concentrado no Rossio.
Onde há repressão há resistência!
(Fotografia surripiada ao 5dias.net)
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Ontem, no Rossio, em Lisboa...
Assim que a poeira assentar voltarei a este protesto popular que esteve vários dias concentrado no Rossio.
Onde há repressão há resistência!
(Fotografia surripiada ao 5dias.net)
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A CABEÇA É QUE PAGA
Silêncio
Ela pediu
Silêncio
ao rádio do carro,
aos pais, aos irmãos,
aos chefes, aos amigos.
Só a cabeça
Não respeitou o seu pedido.
Filipa Leal (n. 1979)
(do livro «A cidade líquida e outras texturas» - Deriva Editores/2006)
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Estamos em crise? A crise é profunda? Por vezes…
Aqui há dias, o londrino «Telegraf» revelava que os altos funcionários da UE se comportam como autênticos sultões. Na verdade, oito milhões de libras (mais de nove milhões de euros) vão para o aluguer de jactos privados, férias com a família no Dubai, prendas e festas espampanantes. Só à conta de Durão Barroso foram gastos 28 mil euros por quatro noites no «Peninsula», em Nova Iorque. E a baronesa Ashton segue-lhe as sumptuosas pisadas…
Isto também faz parte da “nossa” dívida, certo?
Mas será que também isto temos que pagar a gente que não se priva de nada?
Não paguemos! Não pagamos!
E este não pagar (que também está em jogo nas eleições de amanhã) não constitui uma mera declaração de princípios; constitui sim uma política e uma luta de hoje, de amanhã e de depois de amanhã!
Ou dizemos não, ou somos devorados!
Ficam a pensar nisto?
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A primeira tranche da "ajuda" a Portugal já chegou. Foi direitinha para os bancos...
Não foi para me ajudar a pagar a casa; nem a dívida que certos pais contraíram para casar a filha; nem para abater o calote do reformado na farmácia ou aquele que a operária desempregada contraíu na merceraria...
Portanto, não se esqueçam de votar neles (troika e seus agentes) no domingo, ok?...
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Alta. Chegou mesmo há escassos minutos. Mas não quero sair daqui sem fazer isto…
Agradecimentos, do fundo do coração, para…
- As enfermeiras - Sílvia, Valéria, Helena Vieitas, Carla, Teresa, Vanessa, Helena e mais todas aquelas cujo nome esqueci;
- A(o)s auxiliares - Guilhermina, Torcato, João e Sandra, mais quantas e quantos do nome já não lembro;
- Os meus companheiros de “hotel” - António Alves (meu primeiro cicerone e um verdadeiro valente), Jorge Vicente, Vítor Vicente (obrigado pelas anedotas) e José Jesus. Rápidas melhoras e longa vida. Sem vocês tudo teria sido muito mais difícil. Mantenham por aí a coragem, a entreajuda e, sobretudo, a boa disposição!
Não quero vê-los aí quando voltar!
- Às futuras médicas, Sara e Mariana - puras jóias (que acabam de me desagrafar parte dos pontos).
- Ao Dr. António Costa Simões, à Drª. Paula Custódio e, sobretudo, à minha cirurgiã Drª. Conceição Cardoso, para a qual todas as palavras serão poucas (não deixou passar um único dia sem que viesse inteirar-se do meu estado).
Abraço-vos comovido com um até sempre!
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«Um exército sem cultura é um exército ignorante,
e um exército ignorante não pode vencer o inimigo.»
Mao Tsé-tung
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ONDE?
A lua declina
e não desci até ao mar.
Lá encostaria a cabeça entre as pedras
Descansaria os olhos ao som das ondas.
Não desci
E a noite está quente.
Onde encostais a cabeça
onde descansais os olhos
ó fundas caves da minh’alma?
E tu?
Onde levantas agora a tua casa?
Onde refrescas agora tuas fontes?
(Lisboa, 24-30/05/2011)
(Eis o que sucedeu à nossa comunicação social após o edificante episódio dos debates televisivos a cinco - e velhacas manobras posteriores)