* *
Ontem, pelas 15 horas, visita surpresa: a de Joaquim Murale - que de uma só assentada me presenteou com 4 livros dele (teatro, poesia e romance). Foi uma boa surpresa, até por já não nos vermos há largo tempo.
Obrigado (e não resisto a "roubar-te" o poema que se segue)!
Até breve!
*
3 poemas políticos
fora a batalha vencida
e os guerreiros tiveram o seu repouso
mas
pé ante pé
os ventos juntaram nuvens
repentinamente as tendas foram varridas por temporais de holocausto
os heróis apunhalados
e o sol se pôs de novo em mãos dos usurpadores
ó bravos
juntai os sobreviventes
formai de novo os exércitos
enfrentai nova peleja
para que a luz do sol aqueça o infinito
e as multidões se embebedem de alegrias
é necessário que o sangue corra sem cessar
não te submetas
e se os traidores chegarem com disfarces
para atacarem o fogo da tua revolta
repele-os para tão longe que possas
no espaço livre que fica
assumir-te no risco da identidade completa
a cobardia é sempre uma morte infame
Joaquim Murale (n. 1953)
(extraído da colectânea de poesia «Poetânea 4» - coordenação de Julião Bernardes - Lisboa, Fevereiro/2006)