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Nov 11

 

*   *

 

Crítica da Poesia

 

Que a frenética poesia me perdoe
se a um baço rumor levanto o laço,
pois que verso não há onde não soe
a música discreta doutro espaço.

Horizonte do verso é a dureza:
já mansidão não cabe neste olhar
que se pousa na faca sobre a mesa
e aprende nela o fio do seu cantar.

Mas se olhar nela pousa, como corta?
E se as palavras sabemos retomar,
quem nos devolve a chave dessa porta
onde a herança está por encerrar?

Tão longe está de nós a poesia
como nuvem nos rouba a luz do dia. 

                                                    Luis Filipe Castro Mendes (n. 1950)

 

(do livro «Viagem de Inverno» - Livros Quetzal/1993)

 

 

publicado por flordocardo às 18:24
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publicado por flordocardo às 17:35
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O primeiro-ministro escusou-se a comentar os resultados da greve geral de ontem e os incidentes verificados em frente à Assembleia da República.

Foi o melhor que ele fez - pois já nos bastou escutar o Relvas e companhia, não acham?...

 

publicado por flordocardo às 00:23

 

*   *   *

 

«As palavras pedra ou faca ou maçã, palavras concretas, são bem mais fortes, poeticamente, do que tristeza, melancolia ou saudade. Mas é impossível não expressar a subjetividade. Então, a obrigação do poeta é expressar a subjetividade mas não diretamente. Ele não tem que dizer eu estou triste. Ele tem é que encontrar uma imagem que dê idéia de tristeza ou do estado de espírito - seja ele qual for - por meio de palavras concretas e não simplesmente se confessando na base do eu estou triste.»
João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto

publicado por flordocardo às 00:19
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