04
Jan 12

 

*   *

 

 

ESTREMECES AINDA?

 

 

Incrivelmente

os dias passam depressa

 

Passam por mim

quase imóvel sem o querer

 

E por ti poesia

como passam?

 

Como se fosses a última luz?

Como se fosses a última sombra?

 

Estremeces ainda?

  

(Parede, 03.01.2012)

 

 

publicado por flordocardo às 00:56

publicado por flordocardo às 00:53
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*   *

 

Passado mais de um mês sobre a minha alta hospitalar, eu já nem me lembrava da coisa...

Ao sair do hospital eu inscrevera-me para obter uma vaga numa designada «unidade de convalescença», na qual pudesse fazer uma vida mais normal e, ainda, fisioterapia (necessidade esta bem importante para a minha recuperação).

Recebi na segunda-feira um telefonema da Clínica de São Cristóvão, no Largo de São Cristóvão, em Lisboa. Era pegar ou largar, pois as coisas são assim mesmo, disseram-me de lá.

Ontem tive mesmo que dar uma resposta: disse que sim. E hoje mesmo lá vou eu; terei que lá estar até às 11 horas, senão...

Bem, não sei mais pormenores; só quando lá chegar é que, espero eu, serei esclarecido de tudo.

Isto significa que este blogue vai ter menos acção, como é óbvio. Porém, sei que vocês irão continuar por aí, não é verdade?



 

publicado por flordocardo às 00:35
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*   *   *

 

(estou tão perto que me movo dentro de ti)

 

estou tão perto que me movo dentro de ti.
tão perto que sinto este poema desabitado.
 
estou tão perto. eu sei. tão perto que me dói a boca.
de tão fulgente. de tão incessante que é a água.
 
tão perto que as palavras saem do mesmo rumor.
como se ardessem no mesmo gesto atado.
 
assim tão perto. tão perto que nem te posso mostrar
o mar aberto. a colina acesa à nossa frente.
 
mas sentes ao menos a distância invocada da procura?
a estrela profunda da noite. a vereda do paraíso.
que vai deste poema ao lugar onde te condensas?
 
sentes como o vão infinito das palavras inexiste?
como elas se não desvendam e passam sem te tocar?

                                                                     Daniel Gonçalves (n. 1975)
(do livro «Um lugar onde supor o silêncio» - Labirinto, 2003)
 
publicado por flordocardo às 00:09
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