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Jan 12

 

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 Na presente situação, eis um texto oportuno, acho eu.

 

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«Do ponto de vista das condições económicas do imperialismo, isto é, da exportação de capitais e da partilha do mundo pelas potências coloniais «avançadas» e «civilizadas», os Estados Unidos da Europa, sob o capitalismo, ou são impossíveis, ou são reaccionários.

 

O capital tornou-se internacional e monopolista. O mundo está repartido entre um punhado de grandes potências, isto é, de potências que prosperam na grande pilhagem e opressão das nações. (...) A Inglaterra, a França e a Alemanha investiram no estrangeiro, um capital não inferior a 70 mil milhões de rublos. Para receber o rendimentozinho «legítimo» desta agradável soma - um rendimentozinho superior a três mil milhões de rublos anuais - actuam os comités nacionais de milionários, chamados governos (...) O multimilionário não pode partilhar o «rendimento nacional» de um país capitalista com quem quer que seja, a não ser numa proporção «segundo o capital» (acrescentando ainda por cima que o capital maior deve receber mais do que lhe cabe). O capitalismo é a propriedade privada dos meios de produção e a anarquia da produção. Preconizar a «justa» partilha do rendimento nesta base é proudhonismo, estupidez de pequeno burguês e filisteu. Não se pode partilhar de outra maneira que não seja «segundo a força».

 

  Lenine

publicado por flordocardo às 17:35
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publicado por flordocardo às 16:31
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A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 

Não há guarda-chuva

contra o poema

subindo de regiões onde tudo é surpresa

como uma flor mesmo num canteiro.

 

Não há guarda-chuva

contra o amor

que mastiga e cospe como qualquer boca,

que tritura como um desastre.

 

Não há guarda-chuva

contra o tédio:

o tédio das quatro paredes, das quatro

estações, dos quatro pontos cardeais.

 

Não há guarda-chuva

contra o mundo

cada dia devorado nos jornais

sob as espécies de papel e tinta.

 

Não há guarda-chuva

contra o tempo

rio fluindo sob a casa, correnteza

carregando os dias, os cabelos.

                                            
                                                   João Cabral de Melo Neto (Brasil, 1920 - 1999)

 (do livro «Duas Águas (Poemas Reunidos)» - José Olympio, Rio de Janeiro/1956).

 

publicado por flordocardo às 00:07
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