27
Fev 12

 

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Lá estou eu a citar outra vez...

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Assunção Cristas: Uma questão de fé ou a tentativa

de iludir uma política de vende-pátrias

 

A ministra Assunção Cristas, que tutela uma infinidade de pastas e sectores que vão da Agricultura às Pescas, passando pelo ambiente e a política de gestão do Mar, tem pontuado as suas recentes intervenções a propósito da seca a que o país está sujeito e sobre os catastróficos efeitos que está a ter sobre a agricultura como sendo a fé a solução para o problema.

 

Claro está que quando o modelo da nossa economia - resultante da entrada da CEE em Portugal - assenta numa sistemática destruição do nosso tecido produtivo, numa total ausência de modernização e mecanização da nossa agricultura, que nos permita uma autonomia e independência face às quotas que a tróica germano-imperialista nos impõe para benefício do escoamento dos produtos franceses, espanhóis e outros, não há fé que possa alterar os efeitos desta política!

 

E como estamos numa maré de fé, até parece que o CDS se arvora agora em lídimo defensor da reforma agrária, ao propor um “arrojado” levantamento cadastral de todos os terrenos agrícolas do país para se determinar quantos pertencem ao Estado, quantos estão abandonados e “sem proprietário”, para se poder estabelecer um “banco de terras” a ser disponibilizado a todos os “interessados” em dedicar-se às diferentes actividades agrícolas. Apesar de não se conhecerem, ainda, muito bem os pressupostos deste chamado "banco de terras", podemos propor, desde já, algumas reflexões, a serem melhor sistematizadas quando houver mais informação:

 

1º Como se compagina este “programa” com a PAC (Política Agrícola Comum) que os sucessivos governos PS e PSD, acolitados pelo CDS, aceitaram assinar com a Comunidade Europeia? É que esta proposta visa, segundo palavras da própria ministra, a auto-suficiência em produtos agrícolas, quando nós estamos, por via dessa PAC, criminosamente sujeitos a quotas de produção que vão desde os vegetais, ao leite, passando pela produção de carne bovina, suína e caprina.

 

2ª Que tipo de "renda" (leia-se, imposto encoberto) terão os "candidatos" que pagar pela obtenção das terras que lhes interessarem?

 

3º Como se compagina com as supracitadas limitações que a PAC nos impõe, o acesso a subsídios europeus que permitam a mecanização e modernização da nossa agricultura?

 

4º Que plano de irrigação está previsto, e com que custos para os agricultores, quando, apenas a título de exemplo, é sabido que nem 10% do sistema de irrigação previsto para o Alqueva está a ser utilizado, pois os agricultores da região consideram os custos que são obrigados a pagar para estarem ligados à rede de irrigação extremamente elevados, fazendo com que os seus produtos não sejam competitivos em relação aos vizinhos espanhóis?

 

5º Que tipos de infra-estruturas, desde redes de frio a matadores, passando por sistemas de distribuição estão previstos no plano.

 

Ora, o facto de nenhum destes aspectos ter sido aflorado até agora leva-nos a crer que o que se pretende é basicamente o seguinte:

 

1º Livrar-se o governo das terras às quais era suposto assegurar a sua manutenção com vista a prevenir os incêndios;

 

2º Ter mais uma fonte de rendimento, mas sem consequente investimento;

 

3º Calar as vozes críticas daqueles que consideram que o estado a que chegou a nossa economia se deveu à sucessiva destruição do nosso tecido produtivo, levando-os a crer que se está, finalmente, a contrariar tal situação.

 

Em síntese, mais uma daquelas bandeiras – a que vão chamando de reformas estruturais – e que mais não servem senão para iludir a política de traição deste governo, em que já só uma minoria ainda vai tendo alguma fezada.

 

(Publicado por Luta Popular On-Line)

 

 

publicado por flordocardo às 22:25

publicado por flordocardo às 17:05
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26
Fev 12

 

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Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.

 

publicado por flordocardo às 01:53

 

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O governo PSD/CDS-PP tinha anunciado que 2012 seria o ano do início da “recuperação” económica, lembram-se? Mas afinal…

 

O facto é que a Comissão Europeia veio agora anunciar que Portugal vai registar em 2012 um decréscimo no Produto Interno Bruto (PIB) de 3,3 por cento (o pior de toda a União Europeia, com excepção da Grécia) e que o desemprego continuará a subir. Para além disso, Portugal, mesmo com a actividade produtiva em liquidação acelerada, registará a taxa de inflação mais alta de toda a UE, seguramente muito acima do valor estimado de 3,3 por cento.

 

A dita previsão de -3,3 por cento na contracção do PIB destina-se a ser permanentemente ultrapassada para baixo, à medida que a crise se for agravando. Basta referir que a primeira previsão para 2012, feita pelo governo em Setembro de 2011, foi de -1,8 por cento, logo corrigida em Outubro para -2,5 por cento, novamente alterada em Dezembro para -3 por cento, agora colocada em -3,3 por cento, e assim sucessivamente…

 

Esta permanente contracção do PIB faz aumentar continuamente a dívida externa e os respectivos juros. Apesar dos brutais aumentos de impostos sobre os trabalhadores decretados pelo governo, o montante total recolhido em impostos está a diminuir por força da diminuição da actividade económica e do aumento do desemprego (menos 8 por cento em Janeiro relativamente a igual mês do ano anterior), o que torna inevitável novas medidas de austeridade, maior decréscimo da produção nacional, mais desemprego, mais roubos no salário e no trabalho, mais impostos, menos saúde, etc. Este ciclo tem de ser urgentemente rompido pela força e pela luta dos  trabalhadores!

 

Não se pode aguentar mais uma tal situação. A dívida pública, que não foi contraída pelo povo português nem em seu benefício, tem de ser repudiada. Urge pôr em prática um plano nacional de desenvolvimento económico a favor da população trabalhadora e não dos grandes capitalistas e exploradores. Os trabalhadores têm de unir esforços para derrubar o actual governo de traição nacional e substitui-lo por um novo governo unitário de esquerda, democrático e patriótico. Este governo de vendidos não tem já qualquer tipo de legitimidade democrática; ele não passa de um mero instrumento da ocupação do país pelos interesses imperialistas representados pela troika.

 

Por tudo isto, a greve geral convocada para o próximo dia 22 de Março assume uma grande importância política. A mesma tem que ser vitoriosa! Devemos preparar activamente essa jornada de luta, dando com ela um passo decisivo para alcançar aqueles objectivos!

 

(PS - Entretanto, Passos Coelho manifestou-se “moderadamente optimista” quanto ao cenário macroeconómico do país...) 

 

publicado por flordocardo às 01:46

publicado por flordocardo às 00:09
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25
Fev 12

 

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TELEVISÃO

 

A televisão é uma fotografia de guerra

que mexe. É um beijo mais largo que a minha cabeça.

É uma caixa de sabão que não se cansa de lavar mais branco.

E faz muita companhia, a mim, aos livros, ao cão.

 

O arroz está mais caro. A água e a luz também.

Eu estou mais gorda e não passou na televisão:

a minha televisão é sensível, preocupa-se comigo,

é como se fosse uma pessoa; melhor

que as pessoas amigas que me contam as rugas

e os cabelos brancos, resmungam

por tudo e por nada, e calçariam luvas

para apanhar do chão um livro

ou mesmo o meu coração se caísse.

 

                                                                        Teresa Jardim

 

(extraído do livro «Resumo - a poesia em 2010» - Assírio & Alvim, Março/2011)

 

 

publicado por flordocardo às 20:24
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24
Fev 12

 

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José Pedro Ribeiro, director do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), anunciou ontem a venda da TOBIS Portuguesa S.A. à Filmdrehtsich Unipessoal Lda.

 

O ICA detinha 96,4 por cento do capital da TOBIS. Da Filmdrehtsich nunca ouvi falar…

 

Segundo me acabam de informar, a compradora da TOBIS (empresa de nome alemão, mas de capitais maioritariamente angolanos) terá gasto na operação algo como 8 milhões de euros.

 

Em Dezembro último, o governo afirmara ser «ainda cedo» para falar publicamente sobre a privatização da TOBIS

 

Criada em 1932, a TOBIS surgiu com o objectivo de apoiar e fomentar o cinema em Portugal. Os seus serviços iniciais contemplavam apenas a produção de filmes e alguns trabalhos de laboratório, como a revelação e o tratamento de películas. Mais tarde, chegou a abranger a produção para televisão, publicidade e restauro de arquivos cinematográficos. A TOBIS valorizou-se com as obras de modernização recentemente efectuadas. Os arquivos da empresa são, obviamente, riquíssimos.

 

Cheira-me mesmo a esturro…

publicado por flordocardo às 21:54

 

 

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Pagamos 3,5 vezes mais impostos do que há 30 anos atrás.

 

Sabiam?

 

 

publicado por flordocardo às 16:18

 

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Uma experiência-piloto nos serviços de saúde

ou uma artimanha de aldrabões 

 

A pretexto do que designam como experiência-piloto – eufemismo para impor pela calada medidas que contam à partida com a oposição popular – o governo decidiu retirar o conceito de doente frequentador aos utentes que durante três anos seguidos não usem os centros de saúde.

 

Sob a etiqueta de doentes não frequentadores, todos os que não chegarem a utilizar os centros de saúde durante aquele período são retirados do efectivo do respectivo médico de família, o qual, no caso de existir, passará, em lugar daquele, a contar com mais um doente activo.

 

Apesar de o governo assegurar que continuam inseridos no sistema e a pertencer à lista do respectivo médico de família, não se pode esperar outra coisa senão que o “sistema de saúde” se esqueça deles e acabe por os “apagar” das listas. Exemplos desta prática não faltam, basta ver o que tem sucedido com as estatísticas do desemprego!

 

Para além de que quando o doente não frequentador precisar de recorrer ao centro de saúde, já tem alguém a ocupar-lhe o lugar ou, pelo menos, um doente activo à frente.

 

Mas o que esta experiência pretende escamotear e iludir é um facto incontornável recentemente posto a nu: segundo os últimos dados vindos a público, o número de cidadãos que recorrem aos centros de saúde sem médico de família era de 1.821.772 no final de Outubro, o que representa uma taxa de 27,5% em relação ao número total de utilizadores (6,6 milhões). Só na Região de Lisboa e Vale do Tejo há mais de um milhão de utentes nesta situação, ou seja, quase metade do número total de utilizadores.

 

Assim, o governo mata dois coelhos de uma só cajadada: limpa listas de espera nos centros e, por cada utente que é considerado "não frequentador" entrará um utente sem médico que passará a fazer parte da lista do médico, “diminuindo” assim a lista de espera do eventual médico de família!

 

Como o que não se vê não se contesta, é assim que o governo de traição PSD/CDS reestrutura o sector da saúde, de acordo com as imposições da Tróica.

 

 

(extraído de http://lutapopularonline.blogspot.com )

 

publicado por flordocardo às 16:04

23
Fev 12
publicado por flordocardo às 17:32
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