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Mar 12

 

 

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Acabo de tomar conhecimento de novas adesões à greve geral de amanhã,

a saber:

 

Trabalhadores da Carris,

estivadores dos portos de Viana do Castelo, Aveiro,Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal e Caniçal,

maquinistas da CP,

Lisnave,

empresa cerâmica Postejo - Pré-fabricados de Cimento,

empresa de cimento Sociedade Portuguesa Cavan,

 empresa cerâmica Rauschert Portuguesa,

 Sociedade Central de Cervejas e Bebidas,

Continental Mabor, 

empresa cerâmica Abrigada - Companhia Nacional de Refractários,

 empresa de mármores Marmetal - Mármores e Materiais de Construção,

empresa EUROPASKRAFT,

Arsenal do Alfeite,

Estaleiros Navais de Viana do Castelo,

empresa BOSCH,

Call center do BES Contact,

PARMALAT Portugal,

empresa TUDOR,

DELPHI Automotive Portugal,

empresa Rodiauto,

empresa VALORSUL,

empresa SAINT-GOBAIN SEKURIT Portugal,

empresa Amorim Revestimentos.

 

(ver ainda post de 17 do corrente)


publicado por flordocardo às 18:12

 

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O MINÉRIO DE MONCORVO E O MINISTRO MENTIROSO

 
Há, no governo de traição nacional PSD/CDS, um ministro obscenamente ridículo, chamado Álvaro dos Santos Pereira, para cima do qual já todos os membros do governo expeliram sólidos e molhados, com especial relevo para o primeiro-ministro Passos Coelho, o ministro dos negócios estrangeiros Paulo Portas e o ministro das finanças Vítor Gaspar, sem que o homenzinho tuja nem muja.

O Álvaro, como até há pouco tempo pedia para ser chamado, licenciou-se em Coimbra e acabou docente numa universidade em Vancouver, no oeste do Canadá, onde, sem saber nada do que se havia em concreto passado na sociedade portuguesa nos últimos quinze anos, mesmo assim escreveu, e publicou em Abril de 2011, um livro intitulado Portugal na Hora da Verdade – Como Vencer a Crise, com o qual se propunha salvar a parvónia.

Uma vez eleito, Passos Coelho, em quem nunca se notou que abundasse alguma ideia acertada, foi buscar este novo D. Sebastião ao off shore canadiano do Pacífico e pespegou com ele na pasta da Economia, criando para o sujeitinho um super-ministério que englobava, além da economia propriamente dita, os transportes e comunicações, a energia, os subsídios europeus, as obras públicas e o emprego.

O Álvaro era, então, a grande aposta de Coelho, pois o Álvaro, com aquela incontinência verbal que todos os portugueses hoje conhecem, havia escrito na portada de um dos capítulos da sua bíblia redemptora: “Chamem-me o que quiserem, mas esta crise é o melhor que nos podia ter acontecido”...

Ora, este jaleco que parecia disposto a comer crises ao pequeno-almoço, começou por pretender endireitar o país mediante a liquidação do sector dos transportes, manobra que suscitou a mais férrea das resistências dos trabalhadores do sector e dos utentes do serviço, resistência que ainda hoje continua e que liquidou completamente o D. Sebastião de Vancouver, que está já de patins calçados para o regresso à universidade de Simon Frazer.
 
Quando ficou totalmente isolado na tentativa de aplicar em Portugal o trabalho forçado (meia-hora de trabalho diário não pago), o Álvaro lançou e pagou nos meios de comunicação portugueses e espanhóis a famigerada campanha do Minério de Moncorvo: mil milhões de euros de investimento imediato da empresa anglo-australiana Rio Tinto, com 2.000 postos de trabalho directos e alguns seis mil indirectos!

Foi no dia 21 de Outubro de 2011, por altura da marcação da greve geral nacional de 24 de Novembro, que o país acordou em alvoroço com o anúncio da nova corrida ao ferro.

Nos dias seguintes, o Álvaro anunciou uma nova corrida ao ouro, com a abertura de novas minas e a reabertura de velhas, como a de Jales; mas também uma nova corrida ao volfrâmio e uma outra às pirites alentejanas!...

Para um país que naquela data tinha atingido o nível máximo de desemprego, ficou toda a gente excitada com a conferência de imprensa sobre a reanimação da indústria mineira, apregoada pelo ogro de Vancouver.

Diga-se, de passagem, que as serras de Moncorvo e Reboredo, em Trás-os-Montes, contêm no seu seio as maiores reservas de minério de ferro da Europa.

Realidade essa que sempre foi escondida aos portugueses, como é apanágio da política dos imperialistas, que ocultam aos povos as riquezas de que são donos, até que as possam abocanhar.

Há mais de quarenta anos que o nosso Partido tem chamado a atenção para as nossas riquezas mineiras, e, no caso das Minas de Moncorvo, para o crime económico que representou o encerramento da exploração em 1986, por força das negociações para a entrada na Comunidade Económica Europeia, a então CEE.

Avaliando por baixo o valor de uma jazida de ferro que nunca foi devidamente avaliada, os recursos das Minas de Moncorvo e Reboredo, segundo cálculos da Direcção-Geral de Geologia e Minas (hoje, Direcção-Geral de Geologia e Energia) serão de 552 milhões de toneladas de minério, o que, à cotação actual mundial de 150 dólares (125 euros) por tonelada, representa qualquer coisa como 69 mil milhões de euros, cerca de 40% do produto interno bruto português.

Em Moncorvo, os depósitos de ferro existem e são os maiores de todo o continente europeu, ainda que o teor de ferro no minério não seja o maior.

O certo é que, depois do foguetório subsequente à conferência de imprensa promovida pelo Álvaro em Outubro do ano passado, nunca mais ninguém falou no mega-investimento da Rio Tinto, ainda que já naquela altura se soubesse que os direitos de exploração das minas da Torre de Moncorvo tinham sido concedidas pela Direcção-Geral de Geologia e Energia não à Rio Tinto, mas à MTI-Minning Techonology Investments, pelo período compreendido entre 2011 e 2070.

Esta concessão do couto mineiro da Torre de Moncorvo por sessenta anos foi feita nas costas do povo português, ocultando-lhe os valores em causa. Sabe-se muito bem que o sigilo destes negócios é uma imposição das práticas criminosas de corrupção; mas o que não se compreende é como se calam os partidos da oposição parlamentar, pois os seus deputados nunca obrigaram o governo a vir ao parlamento explicar estas negociatas...

A inacção dos deputados da oposição só pode significar que as negociatas também corrompem os partidos parlamentares que não estão no poder.

Como, nos últimos cinco meses, ninguém falou mais nos minérios de Moncorvo, e tendo atingido entretanto o desemprego máximos históricos, o Jornal de Noticias, diário nortenho de maior circulação, entrou em contacto com a empresa Rio Tinto, a qual negou qualquer perspectiva de investimento no Leste transmontano e, com o azedume conhecido dos capitalistas saxónicos, lá foi acrescentando que “não comenta especulações da imprensa portuguesa”, ficando-se todavia sem saber quais serão afinal as especulações da imprensa que a Rio Tinto comenta...

O Jornal de Notícias dirigiu-se então ao ministério do Álvaro, para saber o que se passava, e a resposta foi esta: “Não temos qualquer comentário a fazer”.

Chamem-me o que quiserem – pediu o Álvaro a fls 536 da sua vulgata de Vancouver, lembram-se?!

Nós, aqui e por agora, vamos chamá-lo apenas de ministro mentiroso, para não repetir nas páginas de um jornal comunista o que lhe chamam os trabalhadores e os passageiros do sector dos transportes, porque não seria curial ofender aqui a mãezinha do cavalheiro...

Quarta-feira, 21 de Março de 2012 - Publicada por Luta
Popular On-Line
em 13:20
publicado por flordocardo às 16:29

 

 

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MORRA O BISPO E MORRA O PAPA

Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalguia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem
vende, maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!

                                   Jorge de Sena (1919-1978)

(do livro «Visão Perpétua» - 1964)

 

 

publicado por flordocardo às 16:27
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PALAVRAS QUE NÃO DISSE

 

 

Ó luz desabitada

poço sem vida

procuro em ti as palavras que não disse

 

Procuro o mar

a esteva

o trigo desses olhos…

 

Sei ao menos que ao morrer

tais palavras irão comigo

 

(Lisboa, 14.02.2012)

 

publicado por flordocardo às 14:37

 

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publicado por flordocardo às 14:35
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publicado por flordocardo às 00:45
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A cogeração é definida como um processo de produção e utilização combinada de calor e electricidade, proporcionando o aproveitamento de mais de 70 por cento da energia térmica proveniente dos combustíveis utilizados nesse processo 

 

 

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A cogeração era uma boa ideia. Seria?...

As fábricas vendiam à rede a energia que geravam, mas a preço um mais elevado...

Resultado? Uma empresa compra energia, a preço normal, para a sua produção, mas vende 100 por cento da energia que gera no processo de fabrico, a tal "cogeração", a preço subsidiado.

Mas há pior: hoje existem empresas falidas no negócio para que foram criadas, mas que continuam a vender 100 por cento de energia de cogeração; chegam a queimar combustível para alimentar a dita cuja, ou seja, a cogeração. Mudaram de ramo!...

 

São negócios com a aval do Estado. São negócios à portuguesa, cheios de imaginação - mas, claro está, subsidiados à custa de quem trabalha e não tem como fugir aos impostos.

 

E já agora... Sabiam que o sr. Marques Mendes (sim, aquele é um dos novos oráculos, "independentes" e moralistas, da TVI) preside a uma empresa ligada ao negócio supracitado?

 

Pois é... Talvez seja altura de perguntar a MM o que pensa sobre este assunto...

 

 

publicado por flordocardo às 00:10

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