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Em Próspero Morreu, aquele que é o seu primeiro texto em forma dramática, Ana Luísa Amaral (n. 1956) convoca vozes vindas de tempos diferentes e tradições diversas, que falam do amor, do poder, da ambição – e da magia. “Próspero morreu” e, com ele, uma ordem chegou também ao fim. “Sem liberdade é o poder um monstro / de braços bifurcados e língua bifurcada / onde se alojam leis sem pensamento / e se torna viscoso o coração” – o aviso é de Ariel, “ser vindo do caos e do abismo”, cuja voz anuncia a chegada à ilha de gentes de paragens várias. Será na ilha que se entrecruzam os vários fios que dão lugar às histórias de Penélope, de Teseu e Ariadne, de Bárbara (a escrava) e Luiz, e também à história de amor entre Ariadne e Caliban.
Neste espectáculo (na Casa Fernando Pessoa, dia 10 de Julho pelas 18h30), com entrada livre limitada aos lugares disponíveis, a voz do piano de Álvaro Teixeira Lopes cruza-se, como fio, com as vozes de Ana Luísa Amaral, Alexandra Moreira da Silva, Daniel Pinto e Luís Lucas, e ilumina as vozes deste poema que se diz “em acto”.