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MÁTRIA
Puxada pela cabeça, no reverso do
que tínhamos ensaiado, costuras
raspadas e cerzidas, na tentativa de
expelir um país em chamas onde o
Tecnocrata ternamente rege, ruge e cospe.
Pela clareira púrpura, os mesmos escrevem as
mesmas palavras nos mesmos jornais. Pátria,
puta hipócrita, porque falas de mim pelas costas?
Comprei o bilhete de regresso por engano.
Susana Araújo
(do livro «Dívida Soberana» - Mariposa Azual, 2012)