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Talvez nunca venhamos a saber o que verdadeiramente se passou nas reuniões para o "compromisso", realizadas entre o PSD, o CDS-PP e o PS e propostas por Cavaco - reuniões que num certo dia corriam bem e que no dia a seguir batiam com "os burrinhos na água"...
O certo é que o plano golpista de Cavaco fracassou, pois não se verificou um acordo formal entre aqueles partidos do poder. Todavia, não tendo sido bem sucedido aquele plano A do "salvador" de Boliqueime, a verdade é que o dito tem um plano B... Um plano alternativo que, tal como o inicial, tem por única finalidade dar garantias à tróica de que os interesses do grande capital estão acautelados e que a rapina do nosso país e do nosso povo pode prosseguir.
O plano B é coisa simples de explicar: a partir do momento que os partidos que assinaram o Memorando com a tróica se disponibilizaram para tentar um compromisso, Cavaco passou a tê-los sob a sua tutela. Sendo assim, Cavaco conta agora que o governo, entretanto remodelado, continue a garantir a exploração e a opressão do povo trabalhador português. E conta também que, em sede de concertação social, se venham a conseguir "progressos" entre patrões e sindicatos - exactamente aqueles "progressos" que não se conseguiram obter nas reuniões para o "compromisso"...
Quer dizer: se o PS não se vergou nas ditas reuniões (daria muito nas vistas...), talvez ele se venha a vergar no âmbito da concertação social por intermédio da UGT e de um tal Carlos Silva...
As mais recentes afirmações das confederações patronais e dos responsáveis da UGT deixam claramente antever uma tal possibilidade. Aliás, Silva Peneda (do CES) já manifestou esperança num futuro novo acordo entre os diversos parceiros sociais. Assim, fracassado o plano A, o plano B teria condições para vingar - descansando os credores, os banqueiros, os "empreendedores" e restante parasitagem.
No entretanto, é claro que o povo não dorme. Uma verdadeira chatice, é claro...
É uma chatice o povo compreender agora como nunca antes que os campos estão perfeitamente demarcados. De um lado estão os exploradores, todos os que como o PSD, o CDS-PP, o PS, Cavaco e a tróica consideram que a dívida tem que ser paga por aqueles que não a contraíram nem dela retiraram benefício. Do outro lado está o povo trabalhador português, cada vez mais expoliado, oprimido e reprimido, mas também cada vez mais consciente da premente necessidade de derrubar o governo Coelho/Portas a soldo da tróica e de impor um governo democrático patriótico - um governo que suspenda de imediato o pagamento da dívida e prepare a saída de Portugal do euro e da União Europeia.
Eis a razão pela qual antevejo um mês de Setembro muito, muito "quente"... Em tal caso teremos então o plano C - o nosso!